BH: carnaval inflama embate entre Executivo e parte do Legislativo
Vereador afirmou que protocolou um projeto de lei que proíbe a realização de blocos de carnavais, ou estrutura de carnaval a menos de 200 metros de igrejas
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Siga noCom a maior bancada da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), parlamentares do PL teceram críticas ao Executivo quanto à gestão das finanças públicas na folia no que tange aos assuntos ideológicos. Após a aprovação da Lei “Anti Oruam” em primeiro turno no plenário da Casa, o vereador Vile (PL) declarou, durante a folia, que irá trabalhar neste ano para proibir o financiamento público no carnaval da capital mineira.
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O parlamentar afirmou ao Estado de Minas que protocolou um projeto de lei que proíbe a realização de blocos de carnavais, ou estrutura de carnaval, banheiro químico também, a menos de 200 metros das igrejas e templos.
“Tem que respeitar o espaço do outro. Tem pessoas que querem pular carnaval e as pessoas que preferem ir à igreja e ao templo, tem que ter o direito de seguir a sua liturgia”, comentou. Apesar das críticas, Vile avaliou que a folia estava mais organizada que nos anos anteriores.
O prefeito em exercício Álvaro Damião (União) foi citado pelos parlamentares do PL após a página oficial da PBH nas redes sociais compartilhar um vídeo em que dois foliões, fantasiados de Jesus e “diabo”, aparecem se beijando. O conteúdo era um vídeo de entrevistas gravado por um influenciador em parceria com o Executivo, no entanto, o fragmento foi questionado pela bancada de direita da CMBH. “É para isso que o cidadão paga imposto, Álvaro Damião? Desrespeito com os cristãos”, questionou.
“Se querem palanque político, que busquem na iniciativa privada. Vamos qual empresa vai apoiar invasores de terra”, disse ainda o parlamentar, se referindo à participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no trio do bloco “Então, Brilha!”, no sábado de carnaval (1°/3). Sobre a mesma ocasião, o vereador Pablo Almeida, também do PL, informou que registrou uma notícia de fato no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
“Vi muito ativismo político, militantes travestidos de artistas gritando, por exemplo, sem anistia para presos políticos que estão presos por conta de processos, no mínimo, questionáveis. Eu vi militantes do MST, um grupo que apoia a invasão de propriedade e regimes totalitários como o de Maduro, por exemplo, tendo voz em cima de um trio que foi bancado com dinheiro público”, disse Pablo Almeida.
A relação entre o grupo, que integra a chamada família Aro, e a prefeitura já estava estremecida desde a eleição da mesa diretora, após as intervenções do prefeito em exercício para eleger o vereador Bruno Miranda (PDT) para a presidência da Câmara, contra Juliano Lopes (Podemos), à época candidato apoiado pelo secretário de governo Marcelo Aro (PP) e seu grupo político.
Frente Cristã
O carnaval foi a primeira pauta debatida na Frente Cristã Parlamentar, presidida pela vereadora Flávia Borja (DC). Para lidar com os impactos da folia, o grupo criou um e-mail para que pastores, padres e líderes religiosos relatem problemas enfrentados nos últimos anos e antecipem possíveis complicações para 2025. Paralelamente, uma indicação assinada pelos vereadores do grupo será enviada ao prefeito interino.
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Segundo apurou a reportagem, o Termo de Compromisso e Participação da Frente Parlamentar Cristã inclui a defesa da "família tradicional" e combate à chamada "ideologia de gênero". O documento também estabelece que seus membros não devem adotar "atitudes preconceituosas e discriminatórias", mas devem "dizer ao pecador a verdade da Palavra de Deus". Posicionamentos contrários aos princípios da Frente podem levar ao desligamento de seus integrantes.