Líder de Lula na Câmara diz que Minas é prioridade e critica Zema: ‘fraco'
Deputado federal e vice-presidente do PT, José Guimarães (CE) esteve em Belo Horizonte para debater as eleições internas do partido, marcadas para julho
Mais lidas
compartilhe
Siga noO líder do governo Lula na Câmara dos Deputados e vice-presidente do T), José Guimarães (CE), afirmou que Minas Gerais é prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fez críticas ao embate protagonizado pelo governador Romeu Zema (Novo) ao longo da última semana. O parlamentar esteve em Belo Horizonte neste sábado (15/3) para um seminário da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), tendência interna majoritária do partido.
Em coletiva, o parlamentar ressaltou a máxima de que é necessário vencer as eleições em Minas Gerais para vencer no Brasil, e demonstrou otimismo com o papel do estado na campanha de Lula em 2026. Questionado sobre a troca de farpas entre o presidente e Zema durante agenda na última semana, Guimarães afirmou que o governador mineiro não está à altura para debater com o chefe do Palácio do Planalto.
Leia Mais
“Esse governador (Zema) daqui, acho ele tão ameno, tão fraco. Ele não tem condições de debater a altura com o presidente Lula. Por tanto, Lula vai se dedicar a Minas Gerais, porque é um estado estratégico do ponto de vista dos investimentos do governo federal, interagindo mais com o PT. Eu estou otimista com o papel de Minas Gerais na vitória do Lula, e com as alianças que vamos construir aqui, sempre olhando para o PT”, disse.
O PT se prepara para realizar seu Processo de Eleições Diretas (PED), onde os filiados irão eleger o comando geral do partido, além dos diretórios municipais e estaduais. O pleito está marcado para julho, mas os debates começaram a se intensificar nos círculos internos da legenda. No âmbito nacional, o favorito para comandar os petistas é o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, apoiado por Lula.
Contudo, foi reportado pela Folha de S.Paulo na última semana que um racha na CNB pode levar a candidatura de outro nome à disputa com Edinho, inclusive com Lula sendo alertado sobre a resistência ao ex-prefeito. Parte dos petistas apostam em um nome mais combativo e que dê prioridade ao PT de esquerda em detrimento de levar a legenda mais para o centro da política. O movimento seria uma continuidade da gestão da ex-presidente e atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
José Guimarães, um dos nomes citados nessa disputa, disse que o importante no momento é um presidente que unifique o partido, “sobretudo após a exitosa gestão da presidenta Gleisi”. Segundo ele, nenhum movimento será feito sem a anuência do presidente Lula.
“Pode ser do sudeste, nordeste, norte. Para mim, o papel do nordeste é sempre muito relevante, porque em todas as eleições do Lula nós ganhamos no nordeste e ganhamos aqui em Minas. Aliás, no sudeste o único que estado que ganhamos foi aqui. Portanto, o nome é o nome que vai representar o Brasil, somos um partido nacional”, disse.
Questionado se poderia concorrer, o parlamentar desconversou e disse que seu objetivo no momento é fazer os ajustes necessários para a gestão de Gleisi na secretaria de Relações Institucionais, responsável por articular o governo no Congresso.
“A minha missão no momento é liderar o governo do presidente Lula, fazer os ajustes necessários com a presidenta Gleisi. E vamos tratar, Minas Gerais sempre terá uma força muito grande e vamos estar juntos. Aliás, nas últimas eleições do PT, o Ceará sempre esteve ao lado de Minas, e Minas ao lado do Ceará. É por isso que estou aqui”, emendou.
Popularidade
O presidente Lula passa por um momento de queda acentuada na popularidade, como mostrado em pesquisas divulgadas ao longo da última semana. Segundo um levantamento da Genial/Quaest, divulgado no fim de fevereiro, o chefe do Executivo chegou ao seu pior índice de aprovação nos três mandatos. Em estados-chaves para o petismo, como Minas Gerais e a Região Nordeste, a situação é de sinal de alerta.
Em Minas, o governo Lula chegou a uma reprovação de 63%, e a aprovação bateu 35%. Na Bahia, reduto eleitoral do presidente, a desaprovação chegou a 51%, enquanto outros 47% apoiam o petista. Em Pernambuco, a desaprovação também superou a aprovação pela primeira vez: 50% contra 49%.
- Deputados vão visitar Hospital Maria Amélia Lins
- Primeira Turma do STF nega soltura de Braga Netto por unanimidade
Guimarães acredita que a queda de popularidade é momentânea, mas afirma que para reverter o cenário é preciso que o PT faça uma eleição interna com grande mobilização e que discuta as questões centrais em cada estado. Como exemplo, o deputado federal citou a CNB de Minas Gerais como um espaço importante de organização do partido.
“Eu sempre digo que se quiser estar bem com o Brasil, tem que estar bem com Minas Gerais. Ninguém ganha eleição, nem no PT, nem no Brasil, se não ganhar em Minas. Eu penso que a CNB tem uma enorme responsabilidade, organizar um PED amplo e unificar o PT em Minas Gerais. A CNB é uma força protagonista de todas as vitórias que tivemos aqui”, disse.
Siga o nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
“Eu vejo que a queda de popularidade é momentânea, nós não podemos deixar de olhar com todo cuidado, mas eu estou convencido que reverteremos isso, principalmente nos estados que conhecem e sabem do compromisso do presidente Lula com o Brasil e o que ele está fazendo para melhorar a vida do nosso povo”, completou.