Bolsonaro responsabiliza aliada: 'Zambelli tirou o mandato da gente'
Às vésperas da eleição presidencial de 2022, a deputada bolsonarista Carla Zambelli perseguiu, armada, um homem que a provocou
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Siga noO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responsabilizou, nesta segunda-feira (24/3), sua derrota nas eleições presidenciais de 2022 à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
"Aquela imagem, da forma como foi usada, da Carla Zambelli perseguindo o cara lá. Em São Paulo, a gente estava bem. A Carla Zambelli tirou o mandato da gente", afirmou em entrevista ao podcast Inteligência Limitada.
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A estimativa feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é de que a situação tenha custado, apenas em São Paulo, cerca de um milhão de votos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a disputa com uma margem superior a 2 milhões de votos.
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Apesar da crítica à sua aliada, Bolsonaro afirmou que não seria cogitada a cassação do mandato se fosse um parlamentar de esquerda armado que tivesse perseguido alguém pelas ruas.
Às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, a bolsonarista Zambelli foi abordada pelo jornalista Luan Araújo, que gritou palavras em apoio ao petista e provocou a deputada. Ela e um segurança perseguiram o homem com armas em punho. Araújo chegou a entrar em um bar para fugir, mas Zambelli entrou no local com a pistola apontada para ele.
A situação está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que pode cassar o mandato da deputada e prendê-la por mais de cinco anos por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
O ministro Nunes Marques pediu vista para analisar de forma mais aprofundada o tema. Até o momento, cinco ministros — Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino — votaram pela condenação de Zambelli.
A defesa da parlamentar nega que ela tenha cometido crimes e argumenta que sua reação foi em legítima defesa, devido à provocação.
Anistia de 8 de janeiro
O ex-presidente tem convocado uma nova manifestação para abril na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de angariar apoio para tentar anistiar os acusados e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
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Na última tentativa de Bolsonaro de mobilizar um grande número de pessoas para o tema, o evento contou com cerca de 18 mil participantes, segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP); 30 mil, conforme dados do Datafolha; e 400 mil, de acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, que não realizava estimativas de público de eventos políticos há muitos anos, na orla de Copacabana.
Cerca de 1.500 pessoas foram presas por envolvimento nos atos. Muitos dos detidos chegaram a se gravar pedindo intervenção militar com o objetivo de destituir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reconduzir Bolsonaro ao cargo.