Aos gritos, desembargador aposentado tenta invadir julgamento do golpe
Primeira Turma decide nesta terça (25/3) se primeiro grupo da denúncia da PGR deve se tornar réu. Assessoria da Corte disse que Sebastião Coelho foi retirado por não ter realizado o credenciamento exigido
Mais lidas
compartilhe
Siga noO desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) Sebastião Coelho da Silva tentou invadir nesta terça-feira (25/3) a sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) — que analisa a denúncia por tentativa de golpe de Estado contra Jair Bolsonaro e outros sete aliados. Enquanto o relator, ministro Alexandre de Moraes, lia o documento sobre o caso, o homem gritava “arbitrários” na porta do colegiado. Ele foi contido e retirado do local por seguranças da Corte.
Segundo a assessoria do STF, ele foi retirado por não ter seguido o trâmite correto de credenciamento exigido pelo tribunal. “O desembargador Sebastião Coelho não se credenciou previamente para participar e havia orientação de credenciamento prévio por parte de advogados. Por isso, foi encaminhado para acompanhar da Segunda Turma”, informou.
Essa não é a primeira vez que o aposentado se envolve em polêmicas. Em junho do ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir um processo administrativo disciplinar contra ele por críticas feitas ao ministro Alexandre de Moraes.
Leia Mais
Em agosto de 2022, Sebastião Coelho anunciou sua aposentadoria e aproveitou para criticar o discurso de posse de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em cerimônia ocorrida no mesmo mês.
"O eminente ministro Alexandre de Moraes fez uma declaração de guerra ao país. O seu discurso inflama, não agrega e eu não quero participar disso. Enquanto eu estiver aqui, eu vou até o último dia cumprir, seja aqui, seja no tribunal eleitoral [TRE-DF], a Constituição, as leis e as decisões judiciais. Eu não vou cumprir discurso de ministro. Seja ele em posse, seja ele em redes sociais", afirmou.
Julgamento
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá, em sessões marcadas para hoje e amanhã (26) se o chamado “núcleo 1”, considerado o central para a organização do plano criminoso, deve ser transformado em réu.
Neste primeiro momento, a Corte deve dizer se o processo tem consistência para abrir uma ação penal. No mês passado, a PGR denunciou 34 pessoas, divididas em núcleos, por estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. Segundo o órgão, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha ciência e participação ativa em uma trama golpista para se manter no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba as notícias relevantes para o seu dia
A denúncia também destaca um plano de assassinato para matar o chefe do Executivo eleito, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Alexandre de Moraes com o objetivo de efetivar o plano. Outra conexão é o apoio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 — que culminaram da depredação dos prédios dos três Poderes — como a última cartada do grupo criminoso.