Defesa de Bolsonaro diz que tentativa de golpe é 'impossível'
Advogado apontou que denúncia da Procuradoria-Geral da República é contraditória ao apontar início da execução do golpe em 2021
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Siga noO advogado Celso Vilardi, defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe, disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o crime seria “impossível”. Vilardi fez a sustentação oral durante a sessão da Primeira Turma nesta terça-feira (25/3).
O defensor questionou a parte da denúncia do procurador-geral Paulo Gonet que afirmou que a trama golpista começou com uma live do ex-presidente em 2021. Segundo o PGR, a cronologia do golpe começa nesse ano após Bolsonaro subir o tom contra o STF por anular as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato.
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“Temos uma acusação do PGR de dois artigos gravíssimos que tratam de golpe contra as instituições democráticas e contra o governo legitimamente eleito. Mas estamos tratando de uma execução que se iniciou em dezembro de 2021, tratando de um crime contra um governo legitimamente eleito. Qual era o governo eleito? O dele (Bolsonaro). Então esse crime é impossível, com todo respeito”, disse.
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Vilardi ainda questionou o uso de lives e pronunciamentos do ex-presidente como instrumentos da execução da trama golpista. “Os dois tipos penais tem como elementar a violência ou a grave ameaça. Não existia violência, nem grave ameaça. É impossível falar dessa execução. Não existia nenhum elemento, então começa uma narrativa sobre pronunciamentos públicos para terminar no 8 de janeiro”, afirmou o advogado.
O julgamento da Primeira Turma do STF vai decidir se a corte aceita a denúncia da PGR contra Bolsonaro ou rejeita o documento. Devido à complexidade do caso, o ministro Cristiano Zanin marcou três sessões para a análise. A expectativa é que o julgamento seja encerrado na manhã de quarta-feira (26/3).
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Além de ter Zanin como presidente, o colegiado é composto pela ministra Cármen Lúcia, Luiz Fux, Flávio Dino, e o relator do caso, Alexandre de Moraes. Mesmo com a decisão dos ministros, cabe recurso da defesa na própria Turma, como embargos de declaração que buscam esclarecer pontos contraditórios dos votos.
O julgamento começou com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, seguido por uma manifestação de 30 minutos do procurador-geral Paulo Gonet. Em seguida, os advogados apresentaram seus argumentos de defesa no tempo de 15 minutos cada.
Na sessão desta tarde, os ministros devem começar a votar sobre questões preliminares levantadas pelos advogados. O primeiro a se manifestar é Moraes. Ele é seguido pelos demais ministros em ordem: Dino, Fux, Cármen Lúcia e Zanin.
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Além de Bolsonaro, são julgados o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto; e o ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid.
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