'Em 2027 vou subir a rampa do Planalto', diz Bolsonaro, inelegível
Bolsonaro não pode concorrer as eleições de 2026, mas acredita que irá recuperar seus direitos políticos
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Siga noInelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nessa quinta-feira (27/3), que pretende "subir a rampa do Palácio do Planalto" em 2027, em referência à eleição presidencial de 2026. Ele está impedido de concorrer, mas acredita que irá recuperar seus direitos políticos até o pleito.
"Nós vamos vencer! E em 2027 eu vou subir a rampa do Palácio do Planalto com apoio do povo brasileiro para continuar minha missão de derrotar o crime que assola os brasileiros e de trazer a lei e ordem de volta ao Brasil! Nós vamos acabar com essa caça as bruxas e restaurar a Justiça e todas as nossas liberdades. O arbítrio não triunfará!", escreveu o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A declaração foi publicada nas redes sociais, logo após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedir o arquivamento da investigação sobre a suposta falsificação de cartões de vacina contra a covid-19. O caso levou à prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Segundo Gonet, não há elementos que justifiquem a responsabilização do ex-presidente.
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No último ano, Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal no caso. Após o pedido de Gonet, Bolsonaro reforçou o discurso de que "não havia qualquer prova" contra ele e afirmou que o intuito da investigação era atingi-lo politicamente.
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"Prenderam meu ex-ajudante de ordens e outras pessoas, quebraram sigilos, invadiram casas, vasculharam até os dados da minha filha menor de idade. Fizeram barulho, mentiram, criaram narrativas — tudo para tentar me atingir politicamente", criticou.
"O inquérito era frágil desde o início, mas serviu ao seu verdadeiro propósito: abrir caminho para dezenas de operações de pesca probatória, prender aliados de forma ilegal e abusiva, e tentar forçar meus ex-assessores a me implicar com mentiras. Até conseguirem a delação mentirosa de Mauro Cid sob coação", completou Bolsonaro, criticando a delação de Mauro Cid no caso da trama golpista, que investiga uma tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.
O pedido de Gonet ocorre um dia após Bolsonaro se tornar réu no STF nessa ação.
O ex-presidente ainda emendou críticas ao inquérito das joias, classificou a investigação como "uma narrativa distorcida, montada para manchar" a imagem dele e "tentar abalar o apoio popular".
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"Reviraram minha vida desde 2018. Vasculharam tudo. E como não encontraram um único ato de corrupção, tiveram que inventar versões falsas, criar inquéritos sem base e fabricar uma acusação de “golpe” para tentar explicar as razões por trás do rastro de abusos, excessos e ilegalidades cometidos por Alexandre de Moraes desde que passou a comandar o inquérito das fake news", disparou.
- Hoje, a própria Procuradoria-Geral da República pediu o arquivamento do inquérito dos cartões de vacina. Depois de meses de manchetes, prisões arbitrárias, buscas e espetáculos, admitiram o óbvio: não havia qualquer prova contra mim.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 28, 2025
- Prenderam meu ex-ajudante de ordens e… pic.twitter.com/3BJxAX5AlI
Bolsonaro inelegível
Por 5 votos a 2, os ministros do TSE decidiram tornar Bolsonaro inelegível. A ação julgada em junho de 2023 foi movida pelo Partido Democrata Trabalhista (PDT), que questionou uma reunião do ex-presidente com embaixadores realizada no dia 18 de julho de 2022, quando era pré-candidato à reeleição.
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No encontro, Bolsonaro fez uma série de ataques falsos ao sistema eleitoral brasileiro e à corte eleitoral, além de fazer uma espécie de “autopromoção”, como destacado pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. A reunião foi transmitida pela TV Brasil, emissora da estatal Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), e compartilhada nas redes sociais.
O ato foi entendido como abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para ganhos eleitorais, o que causaria um desequilíbrio nas eleições de 2022.