BH terá manifestação contra a anistia aos condenados do 8 de janeiro
Ato organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo começa às 9h na Praça da Independência e segue até a Praça da Estação
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Siga noBelo Horizonte terá, neste domingo (30/3), uma manifestação contra a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outros envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O protesto faz parte de uma mobilização nacional organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
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O ato na capital mineira começa às 9h, na recém-resgatada Praça da Independência, na Avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e dos Tamoios, próximo aos edifícios Sulamérica e Sulacap. De lá, os manifestantes seguirão em caminhada até a Praça da Estação, onde, às 10h, ocorre mais uma edição da Praia da Estação.
“É um ato muito importante, em que reafirmamos a necessidade de fazer justiça para o país e nossa história. Já erramos com a anistia durante a ditadura, quando vários militares, policiais civis, policiais militares, torturadores e assassinos foram perdoados. Agora, vivemos a iminência de um golpe e precisamos reagir”, explicou Pedro Martins, coordenador do Coletivo Alvorada e um dos organizadores da manifestação nacional em Belo Horizonte.
“Esse ato tem uma importância gigantesca para a história brasileira, pois reafirma que não podemos naturalizar tentativas de golpe, ameaças de assassinatos, tramas e conspirações”, completou o produtor cultural.
Realizada um dia antes do aniversário do Golpe de 1964, a manifestação contra a anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro também vai ocorrer em outras seis capitais: Fortaleza (CE), São Luís (MA), Belém(PA), Recife (PE), Curitiba (PR) e São Paulo (SP). No estado do Rio de Janeiro, o ato será realizado em Volta Redonda.
Relembre o caso
No dia 8 de janeiro de 2023, um domingo, manifestantes reunidos em Brasília contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva depredaram as sedes dos Três Poderes. O STF (Supremo Tribunal Federal) interpretou o ato como uma tentativa de derrubar o governo eleito e já condenou centenas de participantes.
Nesta semana, Jair Bolsonaro se tornou réu por participação nos atos. Militares e ex-ministros também foram indiciados, sendo apontados como o núcleo central da tentativa de golpe. Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.
Uma proposta de anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro, apresentada pelo ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) e atualizada pelo deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), está em tramitação na Câmara dos Deputados. Partidos como PP, Republicanos, União Brasil e PSD, integrantes do chamado “Centrão”, apoiam a medida.
No entanto, segundo interlocutores, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não pretende levar o projeto à votação sem um amplo apoio. A manifestação pró-Bolsonaro realizada em 16 de março no Rio de Janeiro teve adesão abaixo do esperado, reduzindo a pressão popular sobre o Congresso. Além disso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou em 19 de fevereiro que a anistia não está entre as prioridades da população, enfraquecendo ainda mais a proposta.