O Conselho de Administração da Petrobras decidirá no primeiro trimestre de 2025 quem será o novo diretor de Governança e Conformidade, já que o mandato do atual diretor, Mário Spinelli, chegará ao fim em abril. O favorito para sucedê-lo é Edson Teles, atual diretor de Responsabilidade Disciplinar, indicado para o cargo de assessor da presidência da Petrobras por Jean Paul Prates, e oriundo da Comissão de Ética da Presidência da República.

Teles assumiu a presidência da comissão em 2021, rompendo a tradição de antiguidade, por meio de um acordo com os outros conselheiros e em grande parte devido a sua ligação, na época, com o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria Geral e da Casa Civil de Jair Bolsonaro. Teles permaneceu simultaneamente na comissão e na Petrobras durante três meses, de fevereiro a maio de 2024.

Os contatos políticos e o fato de ter sido indicado para o cargo por Prates aumentam as dúvidas sobre a independência da nomeação.

A Petrobras enfrenta desafios relacionados à política de integridade e à adoção de práticas de governança. O compliance e o background check de integridade, essenciais para garantir a transparência na gestão da companhia, não têm sido totalmente claros para o mercado, o que aumenta as tensões internas. Entre os fatores que geraram críticas, está a alteração às pressas do estatuto da companhia, para permitir a indicação para o Conselho de Administração de quem ocupou cargo público.

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