Aos 100 anos, completados no dia 1º de outubro, morreu, em casa, James Earl Carter Jr, o 39º presidente dos Estados Unidos. Filho de um produtor de amendoim e de uma enfermeira, durante a gestão para a qual foi eleito em 1976, com pouco mais de 50% dos votos populares e 297 dos delegados eleitorais, Jimmy teve mais êxitos políticos internacionalmente do que internamente.
Ele já tinha sido governador da Georgia quando decidiu disputar a presidência dos Estados Unidos. A política norte-americana estava, ainda, desmoralizada e sofrendo reflexos do escândalo de Watergate que provocara a renúncia de Richard Nixon, em 1974. Carter se apresentou como uma novidade naquele ambiente. E assim derrotou Gerald Ford, vice que assumira a presidência com a renúncia do titular.
Porém, não conseguiu gerir com sucesso as crises que afetaram a vida nos Estados Unidos no período de 1977 a 1981. E as realizações positivas foram poucas e abafadas pelos índices de desemprego, que chegam aos 8%, da inflação de mais de 10% e de juros chegando aos 20% em 1980.
Na política internacional, entretanto, Carter teve êxitos importantes. Estabeleceu relações diplomáticas com a China, intermediou as negociações entre o egípcio Anwar El Sadat e o israelense Menachem Begin, que assinaram um acordo de paz entre os dois países e assinou, em 1979, com a então União Soviética, o Tratado Salt II que estabelecia limites aos arsenais nucleares.
O Prêmio Nobel da Paz, conquistado em 2002, é o reconhecimento mundial da luta de Carter em defesa da paz internacional e dos direitos humanos. Na América Latina, durante o governo dele, de 1977 a 1981, a maioria dos países vivia sob ditadura militar. No Brasil, o general Ernesto Geisel, presidente na época, chegou a suspender um acordo militar com os Estados Unidos por causa da pressão de Carter para que o governo brasileiro divulgasse informações sobre os direitos humanos. Apesar disso, em 1978, Jimmy visitou o Brasil e se encontrou com Geisel.