Zanin se cala após encontro com senador sobre investigação de venda de sentenças
Ministro do STF e o senador Wellington Fagundes falaram sobre investigações nas quais Zanin afastou desembargadores mato-grossenses
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Siga noO ministro Cristiano Zanin, do STF, e o senador bolsonarista Wellington Fagundes (PL-MT) tiveram uma audiência na manhã de 5 de dezembro. O assunto do encontro, segundo a agenda pública de Zanin, foram duas investigações sigilosas em curso no STF sob relatoria do ministro que apuram venda de sentenças por dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT), estado do senador. Procurado pela coluna para comentar o que foi conversado, Zanin não respondeu.
Além da investigação que levou Zanin a afastar dos cargos os desembargadores do TJ-MT João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho, a audiência com o senador também abordou uma apuração relacionada, que mira o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, preso em Cuiabá.
Andreson era ligado ao advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 na capital mato-grossense e cujo celular levou ao aprofundamento de investigações sobre um suposto esquema de venda de sentenças em tribunais estaduais e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O caso dos desembargadores Ferreira e Moraes tramita na PET 13222 do STF, enquanto o do lobista corre na PET 13221. As petições são sigilosas, mas o próprio Supremo já informou, em uma notícia publicada em seu site, o assunto de cada uma. Essas duas petições foram citadas textualmente na agenda de Zanin como assunto do encontro com o senador bolsonarista em 5 de dezembro, às 11h30. Veja abaixo:
A coluna procurou Wellington Fagundes e sua assessoria de imprensa na sexta-feira, 3 de janeiro, para questioná-lo sobre a razão da conversa com Cristiano Zanin, o que foi tratado nela e qual seu interesse nas investigações, mas ele não retornou os contatos até a publicação do texto.
Procurado por meio da assessoria de imprensa do STF na segunda-feira, 6, para comentar o encontro com o senador, Cristiano Zanin não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto a manifestações.