Saiu em dezembro sem muito alarde uma nova edição de “Rabo de foguete — os anos de exílio”, as memórias de Ferreira Gullar da ditadura e da perseguição que o levou à prisão. Escrito como um romance, é mais uma oportunidade para quem, com “Ainda estou aqui”, está aprendendo agora sobre o que foram os 21 anos de treva a que o país foi submetido.
Gullar conta a resistência como quadro do Partidão, a fuga via Uruguai e Argentina, rumo à União Soviética, o retorno à América Latina, rumo ao Chile, em 1973 — onde viu o golpe contra Allende — e o período em Buenos Aires, onde escreveria “Poema sujo”. Voltou ao Brasil em 1977, para os porões do Doi-Codi.
O livro, numa capa e edição bem mais caprichadas do que a de 2010, saiu pela José Olympio.