A aliança entre a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) está causando ruído e insatisfação no partido da ex-ministra dos Direitos Humanos de Jair Bolsonaro. Damares, junto com Michelle, estão em campanha pela candidatura de Celina ao governo local.
Nos bastidores, integrantes do Republicanos dizem que ela não consultou o partido para tomar essa decisão e reprovam a atitude. Políticos da legenda chegam a dizer que a postura poderá levar à saída dela da legenda.
Damares diz que seu apoio a Celina Leão não é novidade, nem mesmo para seu próprio partido, que inclusive já teria se beneficiado da aliança. Procurada pelo PlatôBR, por meio de um áudio ela respondeu o seguinte: “Celina Leão, em 2022, fez uma aliança com o meu partido. Celina Leão me apoiou para o Senado. Celina apoiou os nossos candidatos a deputados federais do Republicanos, e apoiou os candidatos distritais do Republicanos. Eu continuo com a aliança com Celina Leão”.
A senadora disse ainda que apoios são definidos não apenas por alianças políticas, mas também por “amizades de mais de vinte anos”. “Independentemente do que o meu partido disser, ela é minha candidata”, reafirmou. “Se ela não for candidata, eu vou apoiar quem ela disser que vai apoiar. Eu já digo nas ruas que a minha candidata é ela.”
Um representante do Republicanos avalia, reservadamente, que Damares estaria apostando numa possível inelegibilidade de Celina, por ela ser alvo até hoje, junto com outros ex-deputados distritais, de um caso em tramitação na Justiça que envolve suspeitas de recebimento de propina em troca da liberação de emendas. Por essa tese, caso o julgamento ocorra até o ano que vem e Celina seja impedida de concorrer, Damares poderia se tornar a candidata. A investigação é de 2016. Em outubro de 2024, o Ministério Público do Distrito Federal pediu a condenação de Celina.