Ala do PT vai lançar manifesto pela candidatura de Rui Falcão
Falcão, que foi presidente do partido, tem apoio de pequenos grupos do PT, mas seu grupo, o Novo Rumo, ainda deve apoiar Edinho Silva
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Siga noAliados de Rui Falcão devem lançar um manifesto por sua candidatura à presidência do PT nas próximas semanas. Embora não diga formalmente que é candidato, o deputado deu sinal verde para a mobilização em torno do seu nome, principalmente depois de uma carta aberta à militância publicada na semana passada.
No texto, Falcão afirmou que “o combate à extrema-direita somente poderá ser bem-sucedido se formos capazes de lhe fazer uma contraposição frontal, aguerrida e popular. A história nos ensina que fórmulas gelatinosas facilitam a ascensão do fascismo.” Foi uma crítica direta a dirigentes do partido que defendem o discurso mais conciliador para atrair uma base maior de partidos para as eleições do ano que vem.
“O partido não pode ser reduzido a um braço institucional do governo de frente ampla”, escreveu o deputado, para quem os petistas devem “rechaçar os apelos à despolarização, palavra da moda que significa levar-nos a uma transição efetiva para o centro, com um forte rebaixamento ideológico, programático e organizacional”.
Falcão é um dos maiores nomes de sua tendência, a Novo Rumo, mas o grupo ainda tende a seguir a CNB (Construindo um Novo Brasil), corrente majoritária, de Lula, que quer emplacar o ex-ministro Edinho Silva (foto). A candidatura de Rui Falcão deve ser lançada por ao menos duas tendências, Diálogo e Ação Petista e Democracia Socialista.
Por enquanto, o único candidato que se lançou formalmente à eleição é Valter Pomar, da Articulação de Esquerda. O secretário de relações internacionais do partido, Romênio Pereira, do Movimento PT, anunciou sua candidatura e deve formalizá-la em um ato público na próxima semana.
Desde o final do ano passado, Edinho Silva, o indicado de Lula, tem se colocado como candidato, mas passou a ser bastante atacado por líderes de diversas tendências. Ele é da CNB, mas tem saído em busca do apoio de grupos menores dentro do PT.
O que parecia ser uma eleição tranquila em julho, sob as bênçãos do presidente, ganhou contornos de combate. Mas nada no PT é aprovado ou votado sem grandes embates, muitas vezes fratricidas.