Cachoeiras do cerrado mineiro oferecem escape para turistas em meio à seca e queimadas no estado -  (crédito: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)

Cachoeiras do cerrado mineiro oferecem escape para turistas em meio à seca e queimadas no estado

crédito: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press

No Cerrado mineiro, tão castigado pelos incêndios devastadores neste período de seca, algumas parcas vegetações se mantêm verdes, nas beiras de rios e cachoeiras. Um desses locais é o Parque Estadual Biribiri, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. A unidade de conservação tem sido procurada por quem quer se refrescar no calor escaldante e respirar um pouco de ar fresco.

 

 

O parque do Biribiri teve um sábado (14/9) cheio, com um movimento acima do normal, segundo um dos responsáveis pela recepção. O local concentra diversas cachoeiras, como a dos Cristais, uma das mais procuradas na região, com água cristalina e várias quedas d’água.

 

“Se você olhar bem, parece um jardim: a quantidade de flores, o brilho da vegetação verde, a água clarinha”, detalha a professora de história aposentada Simone de Araújo Lima, de 66 anos. A educadora mora em Carmo do Cajuru, na Região Central, e foi visitar Diamantina em uma excursão.

 

 

O roteiro incluiu um passeio pelo centro histórico antes do evento principal da viagem, que era a vesperata, tradicional espetáculo musical realizado na cidade do Jequitinhonha. Aproveitando o calor, os turistas foram conhecer as cachoeiras de Biribiri. “É um colírio para os olhos da gente, que mora em lugares sem essa natureza toda”, elogia Simone.

 

 

Quem compartilha do mesmo sentimento dela é a estudante de medicina Promess Massouangui, de 24 anos. “Às vezes a gente precisa disso, sair da nossa zona de conforto e ir se conectar com a natureza. Esquecer um pouco da faculdade e vir se divertir um pouquinho”, diz.

 

 

 

 

A jovem, natural do Congo, na África Central, chegou em Diamantina em junho, bem no começo do período das secas. Anteriormente, já havia vivido outra dificuldade causada por condições climáticas extremas, pois morava em uma das cidades atingidas pelas enchentes do Rio Grande do Sul, no primeiro semestre deste ano. “Graças a Deus, as enchentes não chegaram no meu bairro”.

 

 

Foi a primeira vez que a congolesa visitou uma cachoeira mineira. Foi levada por um grupo de colegas, todos estudantes de medicina da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

 

 

Outro que conheceu a cachoeira neste final de semana foi o colega Vitor Emanuel, de 20 anos, natural de Riacho do Santana (BA) e que está desde junho em Diamantina. “É um privilégio morar aqui. Essa região toda possibilita que a gente se conecte com a natureza”, diz.

 

 

Mesmo com o refrescos das águas e das cachoeiras, dentro do próprio parque é comum encontrar áreas de vegetação recentemente queimadas. A reportagem flagrou, inclusive, troncos de árvores pegando fogo, rodeados por matos queimados anteriormente. No caminho entre Belo Horizonte e Diamantina, especialmente no trecho que compreende as rodovias MG-135 e BR-259, é raro percorrer mais do que um quilômetro sem encontrar rastros de incêndios na beira da estrada.