O envelhecimento populacional é uma realidade crescente em todo o mundo e o Brasil não é exceção. Segundo dados do Censo de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de outubro (27/10), o país está enfrentando um rápido processo de envelhecimento. O número de idosos (com 65 anos ou mais) está aumentando significativamente em comparação com a população jovem, provocando uma mudança demográfica importante. Minas Gerais, inclusive, é apontado como o segundo estado com maior número de pessoas 60+.
Mas será que estamos nos preparando para isso? As pessoas estão se cuidando para envelhecer melhor e desfrutar de uma vida longa e saudável? Quais seriam esses cuidados?
Segundo a geriatra Simone de Paula Pessoa Lima, da Saúde no Lar, existem várias camadas que precisam ser analisadas nesse contexto.
“Nós temos desafios significativos que requerem ações efetivas por parte do governo para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos, como políticas de saúde pública, programas de previdência social e segurança financeira, educar a população sobre os desafios do envelhecimento e promover a conscientização sobre questões relacionadas aos idosos, incluindo direitos, cuidados de saúde e prevenção de abusos; bem como habitações acessíveis, empregos e oportunidades de aprendizado contínuo. Programas que combatam o isolamento social, infraestrutura adequada , transporte público adaptado e investimento em pesquisa sobre o envelhecimento, saúde geriátrica, tecnologias assistivas e inovações que melhorem a qualidade de vida dos idosos também merecem destaque.”
Além de políticas públicas por parte de governantes, cabe à classe médica e profissionais da saúde, informar e educar a população com relação a adoção de hábitos que promovam o bem-estar físico, mental e emocional ao longo dos anos.
Simone enumera alguns pontos que merecem atenção:
Alimentação balanceada: uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas e gorduras saudáveis, é fundamental para manter a saúde. “Evite alimentos processados e açúcares em excesso, pois eles podem contribuir para doenças crônicas.”
Exercícios físicos regulares: a atividade física regular, segundo a geriatra, ajuda a manter o corpo forte, flexível e resistente. “É muito importante que as pessoas façam exercícios aeróbicos, como caminhada e natação, combinados com treinamento de força. Assim, conseguem manter a saúde cardiovascular e muscular em dia.”
Mente ativa: estimular o cérebro é essencial para prevenir doenças neurodegenerativas. De acordo com a especialista, ler, fazer quebra-cabeças, aprender novas habilidades ou atividades práticas que desafiem a mente, como aprender um novo idioma ou tocar um instrumento musical podem ser interessantes.
Controle do estresse: o estresse psicológico pode ter um impacto negativo na saúde.
“Práticas como meditação, ioga e hobbies relaxantes podem ajudar a reduzi-lo e promover a paz interior”.
Sono de qualidade: o sono adequado é crucial para a saúde física e mental. Estabelecer uma rotina de sono regular, criando um ambiente tranquilo para dormir, sempre que possível, evitando dispositivos eletrônicos antes de ir para a cama ajuda a melhorar a qualidade do sono.
Interação social: a geriatra, que lida diariamente com esse público, menciona o cultivo de relacionamentos saudáveis e rede de apoio como sendo fundamental para o bem-estar emocional, protegendo esse grupo contra a solidão e aumentando a felicidade.
Prevenção de doenças: ir ao médico e realizar exames de rastreio regularmente faz com que elas sejam detectadas precocemente e ajuda a preveni-las. “O envelhecimento bem sucedido não é apenas sobre a quantidade de anos que vivemos, mas também sobre a qualidade de vida que desfrutamos durante esses anos. O quanto antes começarmos a seguir essas orientações melhor é, mas para quem não começou ainda, pode começar hoje. Com certeza, já fará e sentirá a diferença.”