Mais de 10 milhões de cidadãos têm a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada -  (crédito: Mark Paton/Unsplash)

Mais de 10 milhões de cidadãos têm a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada

crédito: Mark Paton/Unsplash

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva. Essa porcentagem significa que mais de 10 milhões de cidadãos têm a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada. Estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda revela que 9% das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos.

 

Para alertar as pessoas sobre o assunto existe o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, em 10 de novembro. A otorrinolaringologista Juliane Tuma, do centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, conta que vários fatores levam as pessoas a adquirirem problemas auditivos: “Exposição por períodos prolongados a ruídos intensos, uso indiscriminado de fones intra-auriculares com volume muito alto e trauma acústico, como rojões, sons intensos em aparelhos de alto-falante, trios elétricos, carros de som, etc”. 

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A otorrinolaringologista destaca alguns cuidados para a prevenção da surdez: “Evitar uso de hastes flexíveis (tipo cotonetes) que podem, além de lacerar o conduto auditivo externo, perfurar a membrana timpânica; evitar exposição a altos ruídos, principalmente por longos períodos e evitar o uso de medicações ototóxicas, ou seja, que podem prejudicar o sistema auditivo. Além disso, levar um estilo de vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos sempre ajuda”.

Como perceber


Juliane Tuma detalha o que observar para saber se tem algum problema de audição: “Nos adultos eles conseguem perceber quando há uma diminuição na acuidade auditiva. Além disso, muitas vezes as pessoas escutam, mas não entendem, ou seja, não compreendem o que está sendo dito. Nas crianças em idade escolar deve-se observar o desempenho e se há alguma dificuldade no aprendizado. Em bebês existe o ‘teste da orelhinha’, que é um exame de triagem feito nos primeiros meses de vida”, explica.

“Com qualquer alteração percebida deve-se procurar um otorrinolaringologista que encaminhará para avaliação fonoaudiológica e a realização de exames complementares”, alerta a médica.

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De acordo com a otorrinolaringologista, nem sempre é possível recuperar o que foi perdido: “Depende do tipo de perda auditiva, existem vários tipos: perda auditiva condutiva ou de condução; perda auditiva mista, perda auditiva neurossensorial, a perda auditiva induzida por ruído (PAIR), entre outras. Em todos os casos a avaliação multidisciplinar com otorrino e fonoaudiólogo deve ser feita. Para cada tipo de perda, uma conduta diferente deverá ser tomada, mas algumas perdas são irreversíveis”, pontua a médica, detalhando que entre os tratamentos estão cirurgias, uso de próteses/aparelhos auditivos e uso de medicação específica.