O diabetes exige alguns cuidados que são para o resto da vida e isto vale para quem tem a doença e para quem está próximo à pessoa -  (crédito: Paul Hunt/Pixabay)

O diabetes exige alguns cuidados que são para o resto da vida e isto vale para quem tem a doença e para quem está próximo à pessoa

crédito: Paul Hunt/Pixabay

 

O desconhecimento sobre o diabetes é um dos grandes entraves para o tratamento adequado e a sua negligência pode desenvolver sérias complicações à saúde, como cegueira e amputação de membros. A campanha feita em todo o Brasil pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), com o apoio de suas regionais, marca o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro. De acordo a presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais (Sbem MG), Flávia Coimbra, o diabetes exige alguns cuidados que são para o resto da vida e isto vale para quem tem a doença e para quem está próximo à pessoa. Dentre eles estão a medição da glicemia, o uso de medicamentos, exercícios físicos regulares e ajuste nos hábitos alimentares: “É de extrema importância que as pessoas que vivem com diabetes recebam educação de qualidade, ajustada às suas necessidades e fornecidas por profissionais de saúde qualificados”, ressalta Coimbra.

O Brasil é o sexto país com maior incidência de diabetes no mundo e o primeiro na América Latina, segundo o Atlas do Diabetes 2021, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF). Atualmente, são 15,7 milhões de pessoas adultas com essa condição. A estimativa é que, até 2045, a doença afete 23,2 milhões de adultos no país.

Especialistas reforçam que, sem a informação devida, os pacientes estão menos preparados para tomar decisões corretas, fazer mudanças de comportamento, lidar com os aspectos psicossociais e, por fim, correm o risco de não estarem equipados o suficiente para fazer um bom tratamento. Coimbra frisa que cerca de metade das pessoas que vivem com diabetes desconhece o diagnóstico, a maioria dos pacientes não tem acesso à educação sobre o tema e ao tratamento adequado por a falta de serviços apropriados e dos custos dos medicamentos.

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Coimbra salienta que, a campanha do Dia Mundial do Diabetes tem como objetivo promover a importância dos programas estruturados de educação como a chave para a prevenção e o controle, além de defender mais oportunidades para inserir a educação junto aos sistemas de cuidados em saúde e às comunidades.

Doença crônica

O diabetes é uma doença crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue devido à falta ou má ação da insulina. Produzida no pâncreas, a insulina é responsável por transportar as moléculas de glicose para dentro das células do corpo para serem usadas como fonte de energia. Quando esse hormônio está em falta, ou quando não está agindo corretamente, ocorre o aumento de açúcar no sangue e, consequentemente, o diabetes. A falta ou mau funcionamento da insulina pode ter origem genética, mas também ser agravada por hábitos pouco saudáveis, como alimentação inadequada, principalmente com consumo excessivo de carboidratos, açúcar e alimentos ultra processados, além de sedentarismo. Os principais tipos de diabetes são o 1, 2 e o gestacional, mas existem outras formas, segundo especialistas.

O tipo 1

O tipo 1é causado por alterações do sistema imunológico que ataca equivocadamente as células do pâncreas que produzem insulina. Geralmente tem o início da infância ou adolescência, repentino e dramático e pode incluir sintomas como: sede excessiva, rápida perda de peso, fome exagerada, cansaço inexplicável, muita vontade de urinar, má cicatrização, visão embaçada, falta de interesse e de concentração, vômitos e dores estomacais. O tratamento é feito com a aplicação de insulina.

O tipo 2

Já o tipo 2, relacionado à obesidade, ocorre por uma ação deficiente da insulina em transportar o açúcar para o interior da célula. Geralmente se manifesta nos adultos, mas crianças também podem apresentar. Os sintomas têm início mais gradual e, por isto, muitas vezes os pacientes demoram a descobrir a doença. Ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos mais graves, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

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“A maioria das pessoas com risco aumentado para desenvolver o diabetes (muitos casos na família, pessoas com excesso de peso, com alimentação irregular ou sedentárias) pode progredir para o diabetes se não tiverem os cuidados adequados. Contudo, como nem todos os fatores de risco são modificáveis, como a carga genética e a idade, por exemplo, algumas acabarão desenvolvendo o diabetes, mesmo cuidando de sua saúde. É função do médico endocrinologista estimar os riscos para adotar as melhores estratégias de tratamento.”