Essa terça-feira (14/11), é o Dia Mundial do Diabetes. Doença que, segundo a American Diabetes Association, inclui um conjunto de transtornos metabólicos de diferentes etiologias, caracterizados por hiperglicemia crônica, resultante da diminuição da sensibilidade dos tecidos à ação da insulina e/ou da deficiência de sua secreção. Apesar de não se tratar de uma doença rara, poucos tutores possuem conhecimento sobre os sintomas e o risco para seus bichinhos.
Os sintomas são diferentes entre os pets. Existem sintomas exclusivos em cães, como é o caso do desenvolvimento da catarata diabética. E exclusivos em gatos, como a posição plantígrada secundária à neuropatia diabética (condição em que o felino passa a apoiar a articulação tíbio-társica no chão). Porém, existem também os sintomas clássicos do diabetes, observados tanto em cães como em gatos, como poliúria, polidpsia, polifagia e emagrecimento.
Com a percepção de alguns desses sintomas no pet, não é preciso desespero. “A qualidade de vida dos animais diabéticos não difere da qualidade de vida dos animais não diabéticos, graças ao desenvolvimento de estudos e fármacos. Por exemplo, em se tratando da doença em cães, temos uma insulina exclusiva de uso veterinário", explica a médica veterinária do Veros Hospital Veterinário, Alessandra Martins Vargas.
Para manter a qualidade de vida do paciente, é necessário que os tutores, ao identificar uma ou mais manifestações clínicas compatíveis com o diabetes mellitus, procurem um médico veterinário especializado em endocrinologia. O mau controle da glicemia aumenta o risco de desenvolvimento de complicações decorrentes da doença. Algumas são comuns a cães e gatos, tais como a hipertensão arterial sistêmica e a nefropatia diabética. Outras podem ser exclusivas dos cães, como a catarata diabética, ou exclusiva dos gatos, como a neuropatia diabética. Em casos graves, os animais diabéticos podem desenvolver a cetoacidose diabética (CAD), complicação que apresenta alta mortalidade e por isso deve-se realizar a internação imediata.
Idade, sexo, status reprodutivo e escore de condição corporal são alguns dos fatores que influenciam o surgimento da doença nos pets. Porém, é importante ter em mente que, assim como os sintomas e complicações, tais fatores diferem entre os bichinhos. Gatos, por exemplo, em 85% dos casos desenvolvem o diabetes do tipo 2, tendo como sua principal causa a obesidade. Além disso, o risco de desenvolvimento é maior em machos e animais mais idosos e castrados, independentemente do sexo. Na espécie canina, as fêmeas são mais predispostas do que os machos e, ao contrário do que acontece nas gatas, a castração das cadelas diminui o risco do desenvolvimento de diabetes mellitus. O diagnóstico baseia-se na presença das manifestações clínicas clássicas e na constatação de hiperglicemia (glicemia em jejum acima de 200mg/dL) e de glicosúria persistentes.
Atualmente, para monitorar o diabetes mellitus, tem sido utilizado o sistema de monitorização continua de glicose FreeStyle Libre. Com ele, existe uma menor carga de estresse durante a mensuração das glicemias do paciente, uma vez que a leitura das glicemias é realizada por um sensor e com o auxílio de um aplicativo específico no celular do tutor. “É indolor, e após o período de 14 dias basta remover o sensor da pele do pet. Uma outra facilidade é o compartilhamento das informações entre tutores e médico veterinário. Fique alerta com os sintomas. Caso o paciente apresente anorexia e/ou vômito, deve-se procurar um médico veterinário o mais rápido possível", acrescenta Alessandra.