Os desafios passam pela oferta de informação qualificada para a população, para combater a desinformação e as fake news,  bem como gerar dados íntegros e fidedignos para os gestores municipais  -  (crédito: Escola de Enfermagem/UFMG)

Os desafios passam pela oferta de informação qualificada para a população, para combater a desinformação e as fake news, bem como gerar dados íntegros e fidedignos para os gestores municipais

crédito: Escola de Enfermagem/UFMG

Acontece nesta quarta (21/11) e quinta-feira (22/11), o “Congresso Brasileiro: defesa da vacinação - desafios e estratégias”, o qual será sediado no Auditório Nobre do Centro de Atividades Didáticas 1(CAD 1), da UFMG, campus Pampulha. Na ocasião, estarão presentes representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, da Fiocruz, dos conselhos municipais de saúde e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, além de pesquisadores, professores e estudantes. A ação visa discutir estratégias para reverter o cenário de redução das taxas de cobertura vacinal.

Doenças como sarampo, poliomielite e a coqueluche são algumas das enfermidades cobertas pela imunização, mas que ameaçam ressurgir com a baixa cobertura vacinal.

Ainda que o país tenha um dos mais completos programas de vacinação do mundo, com a oferta de 19 vacinas que cobrem mais de 40 doenças, nos últimos anos apresenta um quadro de alerta, que vem se agravando desde o início da pandemia de COVID-19, “aumentando o risco nacional de circulação de doenças preveníveis por vacinação, conforme explica a professora Fernanda Penido Matozinhos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Vacinação (Nupesv), da Escola de Enfermagem da UFMG, e organizadora do Congresso.

“Em geral, a queda da cobertura vacinal é influenciada por diversos fatores, como a precarização do Sistema Único de Saúde (SUS), a inconstância na disponibilidade de imunobiológicos nos serviços de Atenção Primária à Saúde, a implantação do novo sistema de informação em imunização (SI-PNI), a introdução, em curto período de tempo, de diversas vacinas no calendário vacinal, além dos movimentos antivacina e dos fatores culturais e sociais que afetam a aceitação da vacinação”, enumera a pesquisadora.”

Minas Gerais, que apresenta índice de cobertura vacinal próximo ao do período pré-pandemia, segundo o subsecretário de vigilância em saúde do Estado, Eduardo Campos Prodoscimi, também acompanha o país no enfrentamento dos diferentes desafios.

Pesquisa-ação

“O governo de Minas tem buscado incrementar o pacto com os municípios em prol do aumento da cobertura vacinal e redução da diferença entre as atuais coberturas vacinais e as metas preconizadas pelo PNI. Os desafios passam pela oferta de informação qualificada para a população, para combater a desinformação e as fake news, bem como gerar dados íntegros e fidedignos para os gestores municipais terem condições de traçar estratégias eficientes para aumentar a cobertura vacinal”, afirma o subsecretário.

Em 2021, a pesquisa “Estratégias para o aumento de coberturas vacinais em crianças menores de dois anos e adolescentes no estado de Minas Gerais, Brasil: uma pesquisa-ação” revelou que mais de 80% de 212 municípios pesquisados estavam classificados como “alto e muito alto risco” para a transmissão de doenças preveníveis por vacinas em crianças até dois anos de idade. A pesquisa está sendo desenvolvida pelo Nupesv, em parceria com a Superintendência de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

No ano seguinte, em 2022, após as intervenções implementadas, houve a redução dessa classificação de “alto e muito alto risco” para 68,40% dos 212 municípios envolvidos. A professora Fernanda Matozinhos explica que a pesquisa-ação que, em 2023, alcançou o público adolescente, possibilitando compreender as práticas vacinais dos profissionais que realizam as ações de imunização e contribui com a organização das salas de vacina e com o aprimoramento da logística.

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E ainda promove a capacitação de recursos humanos, a melhoria dos processos de trabalho de imunização e a sensibilização dos profissionais e gestores municipais para incentivar parcerias estratégicas para a reconquista da cobertura vacinal.

Na avaliação de Eduardo Prodoscimi, diferentes estratégias são necessárias para se alcançar as metas do PNI, como facilitar o acesso da população de trabalhadores e de estudantes aos imunizantes, por meio de vacinação fora das unidades de saúde, como praças e eventos, além da adesão ao programa de bonificação que premia municípios que alcançarem 80% de escolas e creches e à chamada para aquisição dos vacimóveis (vans adaptadas para vacinação).

Na conferência de abertura, às 10h30, o diretor do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, Eder Gatti, vai traçar um panorama da iniciativa, que neste ano completa 50 anos, e o cenário de imunização em Minas Gerais.

Serviço

Congresso Brasileiro: defesa da vacinação - desafios e estratégias

Onde: Auditório Nobre do Centro de Atividades Didáticas 1(CAD 1), no campus Pampulha da UFMG
Quando: 21 e 22 de setembro
Para mais informações: https://www.even3.com.br/congresso-brasileiro-defesa-da-vacinacao-desafios-e-estrategias/