A tireoide desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo e no equilíbrio hormonal do nosso corpo e, quando desregulada, pode comprometer o funcionamento do nosso organismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 750 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com alguma doença na tireoide e 60% não sabem. Por isso, a especialista em comportamento humano e em saúde física e emocional, Gisele Hedler, ensina como fazer um teste caseiro e simples, por meio da medição de temperatura, que ajuda a identificar disfunções na tireoide.
Hedler diz que muitas vezes, pessoas que sofrem com disfunções tireoidianas, como o hipotireoidismo, parecem carregar um fardo emocional: “Por trás dessa aparente falta de clareza nos objetivos de vida, muitas vezes reside um profundo sentimento de inferioridade. Essa sensação de não ser suficientemente boa, embora possa não ser totalmente perceptível, pode ser um fator significativo na vida de alguém com distúrbios tireoidianos”.
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Outro fator é que as alterações na tireoide podem estar relacionadas a uma baixa autoestima, segundo a especialista: “Pessoas com baixa autoestima tendem a expressar seus sentimentos de maneira mais intensa, podendo ser mais propensas a discussões, desentendimentos e a se magoarem facilmente”, diz Gisele. Por fim, ela explica um teste caseiro simples que ajuda a identificar essa disfunção.
Como fazer o teste caseiro?
Para fazer o teste, é preciso apenas de um termômetro comum, digital ou de mercúrio, e de papel e caneta. “Durante cinco dias consecutivos, logo ao acordar e antes mesmo de sair da cama, sempre no mesmo horário, meça sua temperatura corporal e anote tudo no papel. Depois dos cinco dias, some as leituras de temperatura e divida por 5 para calcular a média das temperaturas matinais. Se a média das leituras estiver em torno de 36,5°C a 37°C, geralmente é considerado normal. Se a média for consistentemente abaixo de 36,5°C, pode indicar hipotireoidismo. Já se a média de temperatura for consistentemente acima de 37ºC, pode indicar hipertireoidismo”, diz Gisele.
Por fim, Gisele Hedler ressalta que o teste pode ser uma ferramenta inicial para identificar possíveis problemas na tireoide, mas lembra que isso não substitui um diagnóstico médico completo.
Qual a diferença do hipo para o hipertireoidismo?
Gisele explica que o hipotireoidismo é uma condição em que a glândula da tireoide não produz hormônios tireoidianos em quantidade suficiente para atender as necessidades do corpo. “Esses hormônios desempenham um papel crucial na regulação do metabolismo, o que afeta nossos órgãos e sistemas, causando fadiga, ganho de peso, frio, pele e cabelos frágeis, raciocínio lento e confuso, depressão, inchaço, dor muscular, entre outros“.
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Já no hipertireoidismo, a glândula tireoide produz hormônios tireoidianos em excesso, levando a um aumento da atividade metabólica do corpo. Isso pode resultar em uma série de sintomas e complicações, como ritmo cardíaco acelerado, pressão arterial elevada, perda de peso não intencional, tremores e nervosismo, sudorese em excesso, fraqueza muscular, diarreia, e outros sintomas menos comuns.