Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 500 milhões de pessoas apresentam diminuição da audição em grau moderado ou severo e a previsão é de que até 2050, 900 milhões de pessoas poderão ter algum grau de perda auditiva. A condição afeta as pessoas de diferentes modos, causando redução de desempenho acadêmico, alterações emocionais, como depressão e isolamento social e, até mesmo, demência em idade mais precoce e aumento do índice de quedas em idosos.


Para o otorrinolaringologista cooperado da Unimed-BH, Eduardo Rossi, a perda auditiva é um processo natural e irreversível que ocorre com o envelhecimento. “Ela é esperada, e sua incidência aumenta após os 65 anos de idade. Geralmente, a perda da audição ocorre de forma gradual e muitas vezes o paciente não a percebe até que se torne um problema”, ressalta. “Uma informação válida para todas as idades, especialmente para os jovens, é que sons altos também promovem diminuição da audição e devem ser evitados”, completa.




Rossi alerta, ainda, para alguns cuidados necessários que ajudam a evitar um agravamento da perda auditiva. “Doenças que alteram o metabolismo como diabetes, também podem agravar a perda auditiva. Dessa forma, é imprescindível o adequado acompanhamento e tratamento dessas doenças”, orienta o especialista.


O médico explica que a perda auditiva pode variar de leve a profunda e, assim que identificada, o tratamento deve ser iniciado. “O tratamento da surdez é diverso e depende tanto da intensidade, quanto da causa da perda. Assim, ele pode envolver desde cirurgias para reconstrução de estruturas do ouvido até o uso de aparelhos de audição”.


O diagnóstico da perda auditiva na fase adulta é realizado por meio do exame de audiometria, no qual o indivíduo entra em uma cabine e levanta a mão ao escutar os sons. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais rápido a intervenção e o tratamento, tornando o resultado mais eficaz. “Quando se fala em saúde auditiva, deve-se frisar que, onde há um ouvido, há uma pessoa, um corpo e uma mente. Desta forma, é importante se cuidar física e mentalmente, praticando atividades físicas, mantendo uma alimentação balanceada e preservando os períodos de descanso para a mente. Quando o assunto são os ouvidos, o principal cuidado é evitar a exposição a sons intensos e por períodos prolongados. Quando não for possível, a utilização de equipamentos de proteção individual (abafadores) é indispensável”, alerta.


Perda de audição tem tratamento


Pessoas com deficiência auditiva podem se beneficiar do uso de aparelhos de amplificação sonora, que podem ser posicionados dentro ou atrás do conduto da orelha - canal constituído de osso e cartilagem que começa na parte externa da orelha e vai até a membrana do tímpano. Esses aparelhos amplificam o som e permitem que a pessoa escute com maior clareza.

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Já os pacientes que apresentam perda profunda e não se beneficiam desses aparelhos também podem restabelecer a audição com diferentes soluções existentes no mercado. “O implante coclear é uma delas. Ele exerce a função de um órgão do interior do ouvido chamado cóclea. O implante é composto de uma parte removível, que fica do lado de fora da cabeça e capta o som por meio de um microfone, e de uma parte que fica embaixo da pele, que transforma o som em ondas elétricas e o transmite ao nervo da audição, permitindo que a pessoa implantada escute novamente, inclusive sons complexos como músicas”, explica.


Teste da orelhinha para crianças


Atualmente, seja na rede pública ou particular, é realizado o teste da orelhinha em todo recém-nascido. O exame, vigente em todo território nacional, faz parte da triagem auditiva neonatal, que avalia de modo objetivo se a criança apresenta alguma deficiência auditiva. O intuito do teste é diagnosticar precocemente a perda e permitir que sejam iniciados terapias e tratamentos também de modo precoce, melhorando os resultados para aquisição de fala e desenvolvimento da criança. “Como todo teste, o exame da orelhinha também pode apresentar resultados imprecisos, sendo necessário o acompanhamento da criança com profissional adequado”, ressalta.

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