Segundo o novo boletim do InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (16/11), alguns estados da região Sudeste e Sul contam com indícios de aumento de novos casos semanais de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19, como Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. "Minas, que estava numa situação de estabilidade, voltou a apresentar crescimento nas internações associadas à COVID-19. Já no Nordeste, apenas a Bahia apresenta esse cenário", informa o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

Na presente atualização, observa-se que quatro das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas): Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE) e Vitória (ES).



Em Belo Horizonte e Curitiba, observa-se crescimento principalmente na população de idade avançada. Em Salvador, embora os casos de SRAG na população em geral apresentem estabilização, entre os indivíduos de 65 anos ou mais o sinal de crescimento decorrente da COVID-19 ainda está presente. Em São Paulo, já se observa interrupção desse mesmo cenário, formando platô. Em Fortaleza e Vitória, o sinal ainda é compatível com oscilação.

Estados

Contudo, o boletim ressalta que a nível nacional, o cenário se traduz em estabilidade, já que, observa-se que nove das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Na Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o crescimento está concentrado na população adulta e decorre do aumento nos casos positivos para Sars-CoV-2 (COVID-19). Em São Paulo, que até o boletim anterior se encontrava nesse mesmo grupo, apresenta sinal de interrupção no crescimento, principalmente em função do cenário na capital. No Rio de Janeiro, onde se observava queda no número de novos casos de SRAG por COVID-19 na população a partir de 65 anos de idade, na presente atualização há indicativo de interrupção precoce da queda, mantendo um platô.

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Em Goiás, Minas Gerais e Paraná, os casos de SRAG positivos para Sars-CoV-2 mantém a interrupção no crescimento, sem que tenha se refletido em aumento significativo no total de casos de SRAG na população em idade avançada durante este ciclo. No Espírito Santo, embora não se observe aumento nos casos de SRAG em geral, é possível observar ligeiro aumento nos positivos para Sars-CoV-2 na população a partir de 65 anos de idade.

Incidência mais expressiva nos extremos

O estudo destaca ainda que, quando se observa nas últimas oito semanas a incidência e a mortalidade por SRAG na população, verifica-se um cenário típico de casos de infecção respiratória, com uma incidência muito expressiva nos dois extremos das faixas etárias analisadas. A incidência nas crianças pequenas tem sido influenciada por diferentes vírus respiratórios neste período (rinovírus, vírus sincicial respiratório [VSR], Sars-CoV-2 e adenovírus). Já entre os idosos é amplamente dominada pelo Sars-CoV-2.

Quadro similar é observado em relação aos óbitos. A incidência e mortalidade semanal média, nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantém o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. Enquanto a incidência de SRAG apresenta impacto mais elevado nas crianças até dois anos de idade, em termos de mortalidade verifica-se o inverso, com a população a partir de 65 anos sendo a mais impactada.

 

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