A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST), causada pela bactéria Treponema pallidum. Esta doença pode ser transmitida por meio do contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada, seja através de relações sexuais vaginais, anais ou orais. A sífilis é uma doença insidiosa que pode apresentar diferentes estágios e sintomas, com várias complicações possíveis, sendo algumas delas de natureza neurológica.



A doença se desenvolve em estágios, que podem ser divididos em sífilis primária, sífilis secundária, sífilis latente e sífilis terciária. Nos estágios iniciais, a sífilis se manifesta com lesões na pele, geralmente indolores, que são chamadas de "cancro duro" e podem aparecer na área genital, ânus, boca ou outras partes do corpo. Além disso, os pacientes podem experimentar sintomas semelhantes aos da gripe durante a sífilis secundária, incluindo febre, dor de cabeça, erupções cutâneas, inflamação dos gânglios linfáticos e lesões nas mucosas.

Segundo o Boletim de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, na gestação, a taxa de transmissão intraútero da sífilis para o feto é de 80%. Se não for tratada apropriadamente, a sífilis pode evoluir para a sífilis latente, onde os sintomas se tornam indetectáveis, mas a bactéria permanece no organismo. Durante esta fase, a sífilis pode permanecer inativa por anos.

Sistema nervoso

A neurologista do Hopital Semper, Jéssica Rodrigues, explica que se a sífilis não for tratada, pode progredir para a sífilis terciária, que é a fase mais avançada da doença. Nessa fase, a infecção pode ter consequências graves em vários órgãos e sistemas do corpo, incluindo o sistema nervoso.

Leia: BH: casos de sífilis adquirida aumentam quase 40% no último ano

“As consequências neurológicas da sífilis estão frequentemente associadas à sífilis terciária e à sífilis congênita, que ocorre quando um bebê é infectado durante a gestação. A neurosífilis é uma complicação séria, onde a bactéria Treponema pallidum invade o sistema nervoso central. Isso pode levar a uma série de sintomas neurológicos graves, como dores de cabeça intensas, paralisia, mudanças de personalidade, demência, problemas de coordenação, convulsões além de complicações como meningite e AVC” comenta Jéssica Rodrigues.

Neurosífilis

A médica afirma ainda que a neurosífilis é uma condição crítica que requer tratamento imediato com antibióticos, muitas vezes administrados por via intravenosa. “Pode causar outras complicações neurológicas, como a tabes dorsalis, que afeta a medula espinhal e os nervos periféricos, resultando em problemas de coordenação, fraqueza muscular e dor. A paralisia geral progressiva é outra complicação neurológica que pode ocorrer em casos graves de sífilis terciária, afetando a coordenação muscular, a fala e o equilíbrio”, ressalta Jéssica Rodrigues.

Leia: Caso de sífilis de 10 mil anos atrás é descoberto no interior de MG 

A cura

É fundamental enfatizar que a sífilis é uma doença curável com tratamento adequado, geralmente com penicilina. A prevenção é crucial, e o uso de preservativos durante as relações sexuais e a realização regular de exames de saúde sexual são medidas essenciais para evitar a transmissão da sífilis. A detecção precoce e o tratamento adequado são cruciais para prevenir as consequências neurológicas graves associadas à doença. Portanto, a conscientização sobre a sífilis, a busca por assistência médica e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações sérias.

compartilhe