Por um lado, muitas pessoas acreditam que os dermocosméticos faciais podem eliminar rugas e flacidez. Por outro, há aqueles que dizem que eles não servem para nada. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Os dermocosméticos são altamente importantes para manter a saúde do tecido cutâneo, mas é necessário saber escolhê-los. “Escolher seu skincare sozinha não é uma tarefa tão simples, já que você precisará ter em mente uma definição clara sobre a classificação do seu tipo de pele (seca, oleosa, mista, acneica ou sensível), ter noções sobre as suas oscilações de acordo com seu ciclo menstrual, seu nível de sensibilidade e também sobre as indicações dos principais ativos do mercado cosmético”, explica Lilian Brasileiro, médica especialista em dermatologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Para te ajudar nessa missão, conheça cinco ações em que os dermocosméticos são realmente eficazes.
Tratamentos eficazes
1 - Hidratação: A hidratação é o mecanismo responsável por ajudar a manter a umidade natural da pele e a fortalecer a barreira de proteção da pele contra agressores externos, como a poluição e o clima, segundo Lilian Brasileiro. “Além disso, a hidratação adequada ajuda a melhorar a textura e a suavidade da pele, além de minimizar a aparência de poros dilatados e de irregularidades. Quando a palavra de ordem for hidratação para pele seca, utilizamos grandes coringas, como a vitamina E, esqualano, ácido alfalipoico, aquaporinas, coenzima Q10, D-pantenol, gluconolactona, extratos de algas marinhas, óleo de rosas mosqueta, macadâmia e avocado. Sempre em veículos mais cremosos”, diz a médica.
“Esses mesmos ativos também podem ser utilizados em peles mais oleosas, desde sejam diluídos em veículos mais leves, como sérum, géis cremes ou loções. A hidratação da pele é um cuidado essencial, e até mesmo as peles oleosas necessitam de hidratação, para se manter saudável e com aparência radiante. Quando a pele está desidratada, ela fica seca, áspera e pode apresentar sinais de envelhecimento precoce, como linhas finas e rugas”, acrescenta a dermatologista.
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A hidratação também pode atingir camadas mais profundas, no caso de ativos como Hyaxel, um ácido hialurônico de baixo peso molecular vetorizado pelo silício orgânico. “Por estar num tamanho menor, ele consegue permear camadas mais profundas e, dessa maneira, melhora a auto-hidratação, além de estimular a renovação celular, com efeito anti-idade”, explica Maria Eugênia Ayres, farmacêutica e gerente técnica da Biotec Dermocosméticos..
2 - Controle da oleosidade: As peles oleosa e mista (que apresenta maior oleosidade na zona T – queixo, nariz e testa) são as predominantes no Brasil. “Nessa pele, é necessário apostar em controladores da oleosidade e da acne; lançamos mão de produtos que contenham zinco, extratos de alecrim, ácido mandélico, ácido salicílico, green tea, peróxido de benzoíla e hortelã”, explica Lilian Brasileiro.
Máscaras faciais com carvão ativado também podem ajudar. É o caso da máscara black rednek, um produto que previne e remove cravos e reequilibra a saúde do tecido cutâneo, assim garantindo brilho e maciez à pele, segundo Ana Paula Kasher, diretora comercial da B.URB. “Essa máscara também traz colágeno em sua composição, que possui propriedades hidratantes e condicionantes da pele. Dessa forma, o carvão também confere propriedades clareadoras, contribuindo para a uniformização do tom da pele”, destaca.
3 - Antioxidante: Ativos antioxidantes como vitamina C, ácido ferúlico, OTZ 10, niacinamida, auperox C, resveratrol e alistin são encarados como verdadeiros defensores da pele e atuam para neutralizar os radicais livres, que causam danos às células da pele que culminam no aparecimento de rugas. “O organismo já conta com um sistema antioxidante endógeno, mas por causa de um processo metabólico, o corpo produz mais radicais livres quando exposto aos raios UVA, UVB, poluição e outros hábitos ruins, como fumar, estresse constante e alimentação ruim. Então, o organismo não dá conta do recado. E é por isso que devemos usar esses ativos, tanto via tópica quanto oral (na alimentação e por suplementos)”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
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Se a opção for a vitamina C, escolha fórmulas que contemplem a estabilidade do ativo, como o ascorbosilane C. “Ele é uma vitamina C extremamente estável que é associada ao silício orgânico o que possibilita que o ativo permeie as camadas mais profundas da pele e tenha uma ação mais efetiva e com menor chance de oxidação deste ativo na superfície cutânea. Sua ação na pele tem efeito rejuvenescedor e antioxidante”, afirma a farmacêutica Maria Eugênia Ayres.
4 - Antimanchas: Nesse caso, segundo Patrícia França, farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos, o uso domiciliar de dermocosméticos é o pilar do tratamento de manchas. “As manchas são provocadas por fatores extrínseco e intrínsecos, provocados pelo sol, disfunções hormonais, gravidez, luz azul, que causam inflamações aparecendo as indesejáveis manchas, sardas, mancha senis e melasmas”, diz.
Quimicamente, os despigmentantes (clareadores, antimanchas) atuam de diferentes formas. Uma delas é a uniformização do tom da pele através do aumento do transportador de vitamina C para o interior da célula; outro meio é inativando as enzimas envolvidas no processo de formação das manchas; eles também podem atuar inibindo o estímulo inicial, como no caso do protetor solar, que pode oferecer proteção química, física ou biológica.
“Quando a intenção for clarear as manchas, não abra mão dos despigmentantes, como o arbutin, ácido tranexâmico, a vitamina C, hidroquinona, belides e ácido kójico”, diz a dermatologista Lilian Brasileiro.
Patrícia França ainda acrescenta mais dois nessa lista: super-OX C e B-white. “Super-OX C é um ativo botânico extraído da mais rica fonte de vitamina C do mundo, uma super fruta australiana, Kakadu plum (ameixa australiana), que além de atuar no estímulo do SVCT-1 (transportador da vitamina C nos queratinócitos), promove luminosidade cutânea, reduz a vermelhidão e melhora a uniformidade do tom da pele. Outro destaque é o b-white, um peptídeo biomimético encapsulado em lipossomas, que atua inibindo a via celular de uma proteína que controla grande parte da formação de melanina”, explica Patrícia.
5 - Anti-inflamatória: Além da inflamação que conseguimos ver em casos de acne, dermatite, irritação e vermelhidão da pele, existe um processo inflamatório subclínico conhecido como inflammaging. “Esse é um conceito novo relacionado ao envelhecimento precoce ocasionado, entre outras condições, pela formação de radicais livres oriundos da exposição aos raios ultravioleta, poluição e alimentação rica em alimentos processados. Essas ações promovem um desequilíbrio entre os mecanismos pró e anti-inflamatórios do organismo, aumentando o status inflamatório contínuo e progressivo” explica a farmacêutica Patrícia França.
Nesse caso, os cremes com silicium P são indicados. “Esse silício orgânico para uso tópico tem ação anti-inflamatória, cicatrizante e calmante. Ele ativa a biossíntese de colágeno em mais de 20%”, explica a farmacêutica. Além disso, com o passar dos anos, algumas células da pele perdem a capacidade de se dividir, mas isso não quer dizer que elas são inofensivas: elas secretam ativamente substâncias químicas que promovem inflamação e danificam as células vizinhas. Por esse motivo, elas têm sido objeto de muitos estudos recentes, que a classificaram como células senescentes, ou células-zumbis.
Segundo Maria Eugênia, a novidade é o ativo tópico scutaline, que limita a inflamação crônica, retarda o surgimento das células senescentes, protegendo contra a degradação da matriz extracelular. Scutaline tem ação preventiva e curativa, evitando a contaminação metabólica causada pelas Zombie Cells, que se multiplicam e causam danos nas células saudáveis. “Trata-se de um ativo natural extraído da raiz da Scutellaria baicalensis (planta originária da China), sendo padronizado em dois polifenóis com reconhecidas propriedades na Medicina Tradicional Chinesa, por sua ação anti-inflamatória e antioxidante: Wogonin e Baicaleine”, destaca.
Conforme Maria Eugênia, scutaline tem várias ações pró-idade, incluindo a proteção dos fibroblastos, células responsáveis pela produção de colágeno e elasticidade da pele, impedindo que elas se tornem inoperantes (zumbis). “O ativo também diminui a inflamação, evita a propagação da senescência celular, diminuindo assim o impacto das células zumbis, por consequência evita o acúmulo de radicais livres, normalizando a produção energética e prevenindo a degradação de colágeno”.