Pacientes que já convivem com algum transtorno mental podem ter uma piora significativa durante o fim de ano -  (crédito: Freepik)

Pacientes que já convivem com algum transtorno mental podem ter uma piora significativa durante o fim de ano

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O transtorno mental é caracterizado como uma disfunção na atividade cerebral que gera prejuízos emocionais e físicos de forma significativa na vida do indivíduo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas sofrerá com esse problema ao longo da vida só no Brasil, entre eles, depressão e ansiedade.

De acordo com o médico psiquiatra e diretor da SIG - Residência Terapêutica, Ariel Lipman, os transtornos mentais não são sazonais, ou seja, não ocorrem exclusivamente em determinada estação do ano, porém, existem condições mentais que podem manifestar-se dessa forma em alguns pacientes. “Existem pessoas que podem sofrer flutuações nos sintomas de transtornos mentais ao longo do ano, mas isso varia muito de pessoa para pessoa”, comenta o especialista. Fatores como clima, mudanças na rotina diária, eventos sociais e outros elementos ambientais, segundo o psiquiatra, podem desempenhar um papel na intensificação ou atenuação de sintomas em determinados períodos.

A maioria dos transtornos mentais não seguem um padrão sazonal e os sintomas podem ser influenciados por fatores diversos, incluindo predisposição genética, eventos traumáticos, estresse crônico, entre outros. “Como já se sabe, o diagnóstico e tratamento de transtornos mentais devem levar em consideração a complexidade individual de cada caso - não dependem exclusivamente de padrões sazonais”, pontua o psiquiatra.

Transtornos mentais e as festas de final de ano

Com a proximidade das festas de fim ano - geralmente associadas a momentos de alegria, celebração e união familiar - algumas pessoas podem experimentar um sentimento oposto. “Pacientes que já convivem com algum transtorno mental podem ter uma piora significativa durante esse período”, explica o médico.

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Essa piora é desencadeada por diversos fatores, entre eles pressão social, as expectativas elevadas, as mudanças na rotina e a solidão. “A pressão social para que as festas sejam perfeitas pode criar um ambiente de estresse intenso. Aqueles que enfrentam transtornos como ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou distúrbios alimentares podem sentir-se sobrecarregados diante das expectativas sociais de felicidade e confraternização. A comparação constante com as experiências aparentemente positivas dos outros pode intensificar sentimentos de inadequação”, pontua.

Quem já lida com transtornos mentais ainda é afetado pela alteração de rotina comum neste período, como viagens, horários de refeições irregulares e noites mal dormidas. Essas mudanças podem impactar negativamente a estabilidade emocional e o bem-estar mental desses pacientes.

Para pessoas que enfrentam a solidão ou ainda perderam entes queridos, as festas podem ressaltar ainda mais o vazio emocional. "A ênfase na convivência familiar e social durante esse período pode acentuar a sensação de isolamento, agravando quadros de depressão e ansiedade”, aponta Lipman.