Durante o verão são comuns episódios de diarreia infantil. Isso porque a alta temperatura favorece a proliferação de micro-organismos, o que pode ser potencializado por condições sanitárias deficientes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema provoca mais de mil mortes por dia em todo o mundo, principalmente em países com falta de saneamento básico e baixos índices de vacinação.
De acordo com a pediatra do Centro Pediátrico da Lagoa (CPL), Nathalia Valente, os pais precisam ficar atentos a esses episódios durante a estação. “À medida que o calor aumenta, cresce o risco de contaminação dos alimentos ou líquidos por agentes infecciosos”, pontua.
A OMS define diarreia aguda como "a mudança do hábito intestinal caracterizada pela ocorrência de eliminação de três ou mais evacuações menos consistentes ou líquidas por dia, com duração de até 14 dias”. Por isso, é preciso estar atento com a frequência, quantidade e consistência das fezes da criança.
“Tanto as bactérias quanto os vírus podem causar diarreia aguda, mas a maioria dos casos clínicos são decorrentes de agentes virais. E a atenção deve ser redobrada, porque o quadro pode levar ao óbito por desidratação e desnutrição”, explica Nathalia Valente.
Sintomas como aumento das evacuações líquidas, vômitos e febre são os mais comuns. “Olhos fundos, choro sem lágrimas, diminuição da urina, boca seca e respiração acelerada indicam que essa criança precisa ser avaliada e tratada sem demora pelo pediatra”, ensina a especialista.
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Rotavírus, norovírus e adenovírus são causas principais de diarreia aguda e o primeiro é o agente mais frequente de diarreia grave em crianças menores de cinco anos de idade. Segundo o Ministério da Saúde, infecções por rotavírus provocam mais de 200 mil mortes por ano no mundo.
“Existem duas vacinas disponíveis para a doença. A monovalente, dada nos postos de saúde, e a pentavalente, disponível somente na rede privada. Inúmeros estudos demonstram um grande impacto na redução de internações e óbitos relacionados a esse agente graças à vacinação”, sinaliza a especialista.
Para os pais que questionam se existe algum medicamento que trate o sintoma, a pediatra enfatiza que o responsável deve procurar um pediatra para avaliar o caso. “No entanto, a diarreia aguda geralmente é autolimitada, sendo que o principal objetivo do tratamento é a prevenção da desidratação e da desnutrição”, complementa.
Como prevenção, deve-se priorizar o aleitamento materno para os bebês, a lavagem das mãos, ter boa higienização dos alimentos, beber água mineral, filtrada e fervida, evitar o consumo de alimentos pouco cozidos ou crus, se vacinar para rotavírus e evitar o contato com pessoas que estejam com diarreia infecciosa.