Semelhante a outras infecções respiratórias como a gripe e a COVID-19, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) pode ser facilmente transmitido por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar, contatos próximos, como beijo, ou por superfícies contaminadas -  (crédito:  CDC/Unsplash)

Semelhante a outras infecções respiratórias como a gripe e a COVID-19, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) pode ser facilmente transmitido por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar, contatos próximos, como beijo, ou por superfícies contaminadas

crédito: CDC/Unsplash

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é bem conhecido por pais de crianças pequenas, sendo uma das maiores causas de infecções respiratórias em bebês e, também, é um dos principais vírus associados à bronquiolite. Mas, o que muitos não sabem, é que o VSR também pode ser motivo de alerta para a população adulta, podendo ocasionar diversas complicações e infecções graves em idosos. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira vacina no país contra o VSR, da biofarmacêutica GSK, para a imunização em adultos com 60 anos ou mais. 

 

O VSR é um vírus altamente contagioso e pode afetar o sistema respiratório, como nariz, garganta, brônquios e pulmões. Em idosos, o VSR também é incidente, mas é pouco conhecido e é subdiagnosticado. A razão para a preocupação nesta faixa etária é que a doença geralmente ocorre com uma frequência semelhante à gripe, porém com circulação que se inicia em março e se estende até à primavera, e há risco de desfechos graves, como piora de quadros de doença pulmonar, pneumonia grave, e até o óbito. Segundo pesquisas, a letalidade pode ser até 20 vezes maior em adultos mais velhos, do que em crianças.  

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A médica Lessandra Michelin, infectologista e gerente médica de vacinas da GSK, explica sobre os riscos em idosos, principalmente com condições crônicas de saúde pré-existentes, também chamadas de comorbidades, o que leva a um incremento, ainda maior, de infecções e complicações graves: “O Vírus Sincicial Respiratório é um vírus comum, de fácil contágio, e geralmente causa sintomas leves, que podem ser confundidos com um resfriado, como coriza, tosse, febre e mal-estar. Mas em idosos e adultos com certas condições médicas, o VSR pode causar infecções mais sérias. As condições crônicas de saúde, que levam ao maior risco de hospitalização, são pessoas com diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma e insuficiência cardíaca congestiva (ICC)”.

Transmissão e sintomas


Semelhante a algumas outras infecções respiratórias como a gripe e a COVID-19, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) pode ser facilmente transmitido por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar, contatos próximos, como beijo, ou por superfícies contaminadas. Pessoas infectadas geralmente transmitem o vírus por até oito dias e, além disso, podem propagá-lo um ou dois dias antes de começarem a apresentar os primeiros sinais da doença. No entanto, alguns indivíduos, especialmente aqueles com sistema imunológico enfraquecido, podem continuar disseminando o vírus mesmo depois de cessarem os sintomas, por até quatro semanas.

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Nos Estados Unidos, anualmente, segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o VSR leva a aproximadamente de 60 a 160 mil hospitalizações e de 6 a 10 mil óbitos, em adultos com 65 anos ou mais.

No Brasil, entre 2020 e 2022 foram notificados mais de 30 mil casos da doença, com uma taxa de letalidade de 20,77% em 2022 em adultos de 60 anos ou mais. 13 Em 2023, dados atuais do INFOGripe mostram que letalidade foi de 19%.  

“Com o passar dos anos, conforme vamos envelhecendo, o nosso sistema imunológico normalmente vai enfraquecendo e, com isso, tem mais dificuldade em combater infecções. E, em indivíduos adultos e idosos que possuem comorbidades, esse risco é ainda maior, podendo levar até a morte. Estudos mostram que a infecção por VSR pode ser uma causa significativa de DPOC e exacerbações de asma. Idosos com DPOC podem ter até 13 vezes mais probabilidade de serem hospitalizados devido a complicações do VSR. Portadores de asma podem ter até 3,6 vezes mais possibilidade de hospitalizações e diabetes podem ter até 11 vezes mais. Já em idosos com insuficiência cardíaca congestiva, a doença pode ser ainda mais preocupante. Eles possuem até 33 vezes mais riscos de serem hospitalizados”, destaca a infectologista.

Prevenção

Além da prevenção por meio da vacinação – que estará disponível no Brasil em 2024 para a população com 60 anos ou mais -, algumas outras medidas podem ajudar a prevenir o contágio e transmissão:

  • Lavar as mãos frequentemente
  • Evitar tocar no rosto, nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas
  • Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes
  • Limpar e desinfetar superfícies que são tocadas com frequência
  • Evitar sair de casa quando estiver doente  

As crianças

“É necessário mencionar também que as crianças pequenas são frequentemente expostas e infectadas pelo VSR, principalmente em ambientes como creches, escolas, festinhas e parquinhos, e eles podem então transmitir o vírus a outros membros da família, especialmente para os adultos mais velhos, como os avós. Por isso, é muito importante que as pessoas, principalmente os idosos, conheçam mais sobre a doença, seus riscos, formas de prevenção e procure um médico caso tenham sintomas respiratórios”, alerta Lessandra Michelin.