O ‘Zé Gotinha’ faz a alegria das crianças nas campanhas de vacinação -  (crédito: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

O ‘Zé Gotinha’ faz a alegria das crianças nas campanhas de vacinação

crédito: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press



Oito vacinas recomendadas no calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas vacinais, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde para janeiro a outubro de 2023, quando comparado com todo o ano de 2022. Para as crianças com um ano de idade, os imunizantes contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche) e tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola) registraram crescimento. Também houve aumento na cobertura da vacina contra a febre amarela, indicada aos nove meses de idade. A alta foi registrada em todo o país.

O resultado representa uma reversão da queda dos índices vacinais que o Brasil enfrenta desde 2016, mesmo sem a consolidação dos dados para todo o ano de 2023. Os números foram apresentados em entrevista coletiva, na terça-feira (19), em Brasília, com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Conforme lembrou a gestora, o Movimento Nacional pela Vacinação - lançado pela pasta em fevereiro deste ano - já traz resultados vitoriosos.

“A sociedade atendeu ao chamado e se incluiu nesse movimento”, destacou a ministra. “Hoje pudemos apresentar aqui um balanço de quanto avançamos. E gostaria de lembrar o que já disse a OMS: a vacina, junto com a água tratada, é o que garantiu a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa em todo o mundo”, disse.


COBERTURA

O sucesso da estratégia de regionalização, a partir do microplanejamento, levou à melhora dos índices vacinais para a DTP em todas as unidades da federação. Além disso, 26 unidades federativas aumentaram a cobertura contra a poliomielite e da primeira dose da tríplice viral; 24 estados tiveram alta na cobertura contra a hepatite A, meningocócica e segunda dose de tríplice viral; e 23 melhoraram a cobertura da vacina pneumocócica.

 

As vacinações contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP e tríplice viral registraram crescimento

As vacinações contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP e tríplice viral registraram crescimento

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Neste cenário, muitos estados se destacaram. É o caso do Piauí, que aumentou a cobertura da primeira dose de vacina tríplice viral, passando de 82,8% para 97,8%, assim como da poliomielite, que passou de 75,9% para 89,9%, e da DTP, que de 73,1% saltou para 92,8%. O Espírito Santo ampliou a cobertura da meningocócica: de 58,5% em 2022, cresceu 33,1 pontos percentuais em 2023, chegando a 91,6% de cobertura. Sergipe e Rio Grande do Norte ampliaram, respectivamente, 39,8 e 33,4 pontos percentuais na cobertura vacinal contra a febre amarela. Em Rondônia, a primeira dose da tríplice viral passou de 89,2% para 99,6%, atingindo a meta preconizada.

Ao comparar 2022 com 2023, a cobertura vacinal de hepatite A passou de 73% para 79,5%. O primeiro reforço da pneumocócica passou de 71,5% para 78% neste ano. A pólio alcançou 74,6% de cobertura, ante os 67,1% do ano passado. Entre as vacinas indicadas para menores de 1 ano de idade, a que protege contra a febre amarela foi a que apresentou o maior crescimento, passando de 60,6% no ano passado para 67,3% neste ano, sendo que todos os estados registraram aumento de cobertura vacinal.

Outro destaque foi a vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), que desde 2014 apresentava queda no número de doses aplicadas. A cobertura subiu 30% neste ano, mesmo com o incremento na população para a qual a vacina deve ser aplicada nesse período. Além do microplanejamento, a vacinação nas escolas foi uma estratégia fundamental para este resultado positivo, especialmente quanto à vacinação de HPV. No total, 3.992 cidades brasileiras utilizaram a estratégia.

“Há muitos desafios pela frente. Mas todo esse avanço é decisivo e significativo, pois demonstra que juntos vamos conseguir com que o Brasil, que já tem 50 anos de PNI, recupere a sua cultura de imunização. Algo que é motivo de orgulho e de reconhecimento internacional”, disse a ministra. n

 

 

95%

é a porcentagem de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde