Os acadêmicos do curso de psicologia da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Débora Ramos, Eduardo Grachet e Ester Silva, sob a orientação de Camila Graciella Santos Gomes, estão avaliando inovações no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A equipe está usando a realidade virtual (RV) como ferramenta para o ensino de emoções para crianças, adolescentes e adultos com TEA, atendidas na Clínica de Psicologia do Ambulatório Ciências Médicas.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por alterações na comunicação social e pela presença de interesses restritos, comportamentos repetitivos e estereotipados. A realidade virtual é uma tecnologia capaz de criar a sensação de presença em um ambiente virtual e se configura como uma ferramenta promissora para auxiliar no desenvolvimento de pessoas com TEA, pois permite que terapeutas ofereçam um ambiente seguro, replicável e diversificado durante o aprendizado. A RV simula ambientes por meio da computação gráfica, permitindo o ensino de habilidades que podem ser generalizadas para ambientes naturais.
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Estudos indicam que o uso de inteligência artificial, aprendizado de máquina, realidade virtual e outros métodos avançados, estão sendo utilizados para diagnósticos, intervenções à distância e simulações de ambientes controlados.
Uso de software de realidade virtual no ensino de emoções
O estudo visa avaliar os efeitos do uso de um software de realidade virtual no ensino de emoções para crianças, adolescentes e adultos com autismo. Os participantes utilizam óculos de realidade virtual (Meta Quest 2), proporcionando uma experiência imersiva e personalizada.
A atividade, desenvolvida pela empresa Therafy, consiste em interações virtuais nas quais os participantes respondem a perguntas relacionadas ao reconhecimento de emoções. É como um game, no qual o ‘jogador’, nesse caso o paciente, entra em um jogo completamente imersivo, onde são recriadas de forma muito realistas situações como brincar no parquinho, jogar videogame, entre outras. A inteligência artificial do programa faz indagações ao ‘jogador’ quanto às emoções e sentimentos dos personagens durante estas interações e fornece recompensas conforme o jogador avança nos desafios.
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Com a aplicação de técnicas avançadas, como inteligência artificial, aprendizado de máquina e realidade virtual, os acadêmicos buscam contribuir significativamente para diagnósticos, intervenções à distância e simulações em ambientes controlados.
Este estudo representa um passo importante na busca por abordagens inovadoras no tratamento do TEA, oferecendo novas possibilidades para o desenvolvimento emocional de pessoas com autismo.