Estudo da Universidade de Warwick, no Reino Unido, mostra que mulheres com 50 anos ou mais que realizaram mamografia de forma menos frequentes três anos após a cirurgia para câncer de mama em fase inicial apresentaram resultados semelhantes àquelas que fizeram mamografia anualmente. Conhecido por Mammo-50, o trabalho científico foi apresentado na última sexta-feira (8/12) no San Antonio Breast Cancer Symposium, no Texas, nos Estados Unidos.

“É inegável que o resultado desse estudo provoca uma reflexão importante. Mas não é possível extrapolar essa experiência para todas as mulheres com 50 anos ou mais. Algumas podem ter risco mais alto, seja pelo histórico familiar ou outros fatores de risco”, explica o médico da Oncologia D’Or, Gilberto Amorim, que acompanhou a apresentação do trabalho científico nos Estados Unidos.

Condutora do estudo, a professora-doutora Jannet Dunn argumenta que a redução da vigilância mamográfica “diminui o impacto sobre o sistema de saúde e a inconveniência para as mulheres que têm de se submeter a estas mamografias e reduz o stress associado à espera pelos resultados”.  Gilberto Amorim reconhece que a mamografia anual gera estresse em muitas sobreviventes do câncer de mama. “Talvez uma paciente de muito baixo risco não precise de uma mamografia anual depois de muitos anos após o diagnóstico”.



Os sistemas de saúde dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha recomendam a mamografia anual após a remoção da cirurgia do câncer de mama no estágio inicial. Nos Estados Unidos, o rastreio é recomendado por tempo indefinido. No Reino Unido, as mulheres devem fazer a mamografia por cinco anos, seguida de triagem por três anos para pacientes com 50 anos ou mais.

O estudo

O ensaio envolveu 5.235 mulheres que foram diagnosticadas com câncer de mama com 50 anos ou mais, fizeram cirurgia para a remoção do tumor e estavam livres de recorrência há três anos. Nesse período, todas se submeteram ao rastreio anual da doença.

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Durante cinco anos, os pesquisadores acompanharam essas mulheres, das quais 2.618 fizeram mamografia anualmente. As outras 2.617 realizaram o exame maneira menos frequente. As pacientes que preservaram a mama na cirurgia de retirada do tumor repetiram a mamografia a cada dois anos. E as que realizaram a mastectomia, fizeram o exame a cada três anos.

Ao final, o estudo apontou que a sobrevida específica do câncer de mama foi de 98,1% e a sobrevida global foi de 94,7% entre as pacientes que fizeram mamografia anualmente. Essas porcentagens foram semelhantes às mulheres que fizeram mamografia menos frequente: a sobrevida específica do câncer de mama foi de 98,3% e a sobrevida global foi de 94,5%.

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