Em um mês regado a confraternizações, muita gente exagera na bebida alcoólica. Além da famosa ressaca, que faz acordar no dia seguinte com uma dor de cabeça horrível, é comum também surgir um incômodo na garganta. Isso acontece porque o consumo excessivo de álcool pode ser prejudicial à saúde da garganta, como explica o médico-cirurgião de cabeça e pescoço da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ullyanov Toscano. “Essa dor pode levar horas ou até mesmo dias para cessar. Isso acontece porque o álcool irrita e resseca a garganta, deixando-a mais sensível e atrativa para o aparecimento de infecções. Além disso, consumir bebidas alcoólicas com frequência pode aumentar em até 50% as chances de desenvolver câncer de boca”, pontua o especialista.
Bebidas como cerveja, vinho e licor contêm histamina, produzida pela levedura e bactérias durante o processo de fermentação, substância que deflagra os sintomas da alergia. Os dois primeiros também têm sulfito na composição, que pode provocar asma e outros sintomas similares. “Vale alertar que o excesso de bebidas, principalmente, combinado com uma má alimentação – que é o que muitas pessoas fazem no fim de ano - causa a queda da imunidade. Isso favorece o contágio de doenças virais e bacterianas transmitidas pelo ar, como a gripe”, alerta o médico.
O especialista pondera que o álcool sozinho e em pequenas quantidades, ingerido com moderação, não é um vilão. O problema está nas combinações. “Mesmo com baixo consumo, quando combinado ao cigarro, é o principal fator de risco para o câncer de boca e de garganta”, comenta o médico, ao enfatizar que o câncer bucal acomete mais de 15 mil pessoas ao ano, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
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A dica de ouro, além de diminuir o consumo alcoólico, é ter a água como parceira. Além de ajudar a diminuir a ressaca, hidrata e auxilia no processamento da bebida pelo fígado, diminuindo a intoxicação do organismo. "A cada 350ml de bebida alcoólica ingerida, beba 100 ml de água", ensina Ullyanov Toscano.