É comum que as crianças que sofrem com episódios de xixi na cama sintam vergonha por causa do hábito -  (crédito: Freepik)

É comum que as crianças que sofrem com episódios de xixi na cama sintam vergonha por causa do hábito

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A enurese noturna, mais conhecida como xixi na cama, é comum e afeta 10% das crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. Uma das principais causas é a hereditariedade. Urologista baiano e secretário-geral da International Children's Continence Society (ICCS), Ubirajara Barroso Jr. explica que, se ambos os pais tiveram esse problema quando crianças, a chance de o filho também apresentar é de 77%. No entanto, outros fatores, como metabolismo e alimentação, também podem influenciar a ocorrência da condição.

“É importante que os pais estejam conscientes de que a enurese noturna em crianças é causada por um problema urológico e não por preguiça ou rebeldia. Ao invés de punição, é essencial que a criança receba acolhimento e que cada noite seca seja celebrada como uma vitória”, diz Ubirajara.

Para o urologista, criador de um dispositivo que ganhou prêmio internacional por evitar que a criança urine na cama, a punição é prejudicial. O especialista alerta que é comum que as crianças que sofrem com episódios de xixi na cama sintam vergonha por causa do hábito. “Ao contrário de punição, os pais devem buscar ajuda médica para a criança, a fim de iniciar o tratamento adequado e garantir uma melhor qualidade de vida de toda a família”, explica o urologista, que coordena a disciplina de urologia da Universidade Federal da Bahia.

Tratamentos

O tratamento do xixi na cama é recomendado para crianças acima de 5 anos, caso o problema esteja interferindo na vida familiar. Já após os 7 anos, o tratamento médico é obrigatório - estudos mostram que depois dessa idade começa a haver redução da autoestima e outros problemas emocionais em associação à enurese, além de a chance de a criança recuperar o controle do esfíncter sozinha se tornar menor.

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A mudança de hábito é aliada para o tratamento da enurese noturna, como, por exemplo, restringir a ingestão de líquidos pelo menos duas horas antes de dormir, evitar alimentos que irritem a bexiga como chocolate e cafeína, ter uma alimentação noturna com pouco sal e levar a criança para urinar antes de dormir.

“Não acorde seu filho no meio da noite para urinar. Assim, você não o está ajudando, pois ele deve perceber sozinho que a bexiga está cheia e precisa urinar. Ao acordá-lo, você impede essa percepção”, explica o urologista. Alguns pacientes podem precisar do uso de medicações que atuam impedindo a produção de muita urina à noite.