Alguns tabus sobre a vasectomia geram dúvidas, medos e preconceitos nos homens que querem fazer a cirurgia. O médico Ernesto Alarcon, cirurgião geral especialista em videolaparoscopia, desvenda mitos e destaca a importância do planejamento familiar masculino e compartilha visão esclarecedora sobre esse procedimento.
Pode ser reversível?
"Embora a vasectomia seja um método de esterilização permanente, existe a possibilidade de reversão em alguns casos. A reversão consiste em religar os canais deferentes, permitindo que os espermatozoides voltem a circular. No entanto, a reversão não é garantida, pois depende de vários fatores, como o tempo decorrido desde a vasectomia, a técnica utilizada, a idade do homem e a qualidade do sêmen".
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"A reversão é um procedimento mais complexo, demorado e mais caro do que a vasectomia, e pode não ser coberto pelo plano de saúde ou pelo SUS. Por isso, a vasectomia deve ser considerada como uma decisão definitiva, e só deve ser feita por homens que têm certeza de que não querem mais ter filhos biológicos", explica Ernesto Alarcon.
Vasectomia aumenta o risco de câncer?
"Esse é um mito que surgiu a partir de alguns estudos que sugeriram uma associação entre a vasectomia e o câncer de próstata. No entanto, esses estudos foram contestados por outros que não encontraram nenhuma relação causal entre os dois. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirmam que não há evidências científicas que comprovem que a vasectomia aumente o risco de câncer de próstata".
"Os homens que fizeram ou pretendem fazer a vasectomia devem seguir as mesmas recomendações de prevenção e rastreamento do câncer de próstata que os demais, como manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, evitar o tabagismo e o alcoolismo, e fazer exames periódicos a partir dos 50 anos ou antes, se houver fatores de risco ou sintomas", alerta Ernesto Alarcon.
Vasectomia e o uso de preservativo
"Esse é um erro grave que pode colocar em risco a saúde do homem e de sua parceira ou parceiro. A vasectomia só previne a gravidez, mas não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (DSTs), como HIV, sífilis, gonorreia, clamídia, HPV, herpes, hepatites, entre outras".
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"A vasectomia não é efetiva imediatamente após a cirurgia, pois ainda pode haver espermatozoides residuais no canal deferente. Por isso, é necessário fazer um exame de espermograma após cerca de três meses ou 20 ejaculações, para confirmar a ausência de espermatozoides no sêmen. Até lá, é preciso usar outro método contraceptivo, como a camisinha, para evitar uma gravidez. Portanto, a vasectomia não substitui o uso de preservativo, que é o único método que previne tanto a gravidez quanto as DSTs. É importante buscar informações confiáveis e conversar com seu médico. A vasectomia é uma escolha pessoal e responsável, que deve ser tomada com consciência e segurança", destaca Ernesto Alarcon.