A fotoproteção é o grande segredo da beleza e juventude duradoura. Mas para garantir uma proteção solar realmente eficaz é importante prestar atenção em alguns detalhes. “Um protetor solar adequado deve oferecer amplo espectro de proteção solar, com, no mínimo, FPS 30 e um terço desse valor de PPD ou FP-UVA, que indicam o fator de proteção solar contra a radiação UVB e UBA, respectivamente. O produto deve ser aplicado diariamente com reaplicação a cada duas horas, em média. A quantidade aplicada também é importante e deve seguir a regra da colher: uma colher de chá para a cabeça, meia colher de café para a face, uma colher de chá para cada braço, duas colheres de chá para o torso (1 para a frente e 1 para as costas) e duas colheres de chá para cada perna (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás)”, explica a dermatologista Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Outra questão importante que deve ser observada é o veículo do produto: “Achar um produto com formato e textura que se adapte ao seu tipo de pele e sua rotina é fundamental para criar o hábito da fotoproteção, pois torna o uso muito mais fácil e confortável”, ressalta a especialista. Creme, líquido, pó, bastão e spray são algumas opções de protetor solar encontradas no mercado, mas, em meio a tamanha variedade, como escolher a melhor opção para o seu caso? A dermatologista explica as diferenças abaixo:
Cremoso
O protetor solar em creme é o tipo mais comum e é facilmente encontrado nas prateleiras da farmácia. “A grande vantagem desse tipo de protetor solar está no fato de ser mais fácil dosar a quantidade ideal do produto para ser aplicado no rosto e corpo, assim garantindo uma aplicação mais consistente e, logo, uma proteção mais eficaz”, pontua a médica. “Porém, por ser mais denso e hidratante, o produto pode causar certo desconforto em pessoas com peles mais oleosas, deixando aquela sensação pegajosa. Por isso, é geralmente mais recomendado para quem tem pele seca ou madura.”
Líquido
Essa é uma versão que tem ganhado cada vez mais popularidade justamente por sua textura mais fluida. “O protetor solar líquido ou fluido é especialmente recomendado para pessoas de pele oleosa ou acneica, pois tem absorção mais rápida e não deixa a pele pegajosa, garantindo um toque seco, além de ser mais fácil de espalhar”, diz a dermatologista, que ainda destaca o protetor solar em gel como outra boa opção para peles oleosas. “Vale ressaltar, porém, que tanto as versões líquidas quanto em gel tendem a ser menos resistentes à água e ao suor, exigindo reaplicações mais frequentes.”
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Bastão
A praticidade é o grande atrativo do protetor solar em bastão, pois é compacto, podendo ser carregado na bolsa para ser rapidamente aplicado em qualquer lugar. “Esses produtos geralmente são muito resistentes à água e ao suor, não escorrendo ou causando ardência nos olhos, então podem ser interessantes para praticantes de atividade física, por exemplo. O grande problema do protetor solar em bastão é que é muito difícil dosar qual a quantidade de produto está sendo aplicado, o que exige que seja passado diversas vezes em cada área do corpo para garantir uma proteção realmente eficaz”, diz Ana Maria Pellegrini.
Spray
As vantagens e desvantagens do protetor solar em spray são muito semelhantes as do fotoprotetor em bastão: é fácil de usar e espalhar, mas exige atenção redobrada na hora de aplicar para garantir a proteção adequada. “O produto deve ser aplicado com movimentos circulares, certificando-se de que cubra cada cantinho de pele. Além disso, por ser mais fluido, pode sair com mais facilidade, necessitando de reaplicações frequentes. Apesar disso, é interessante, por exemplo, para áreas com grandes quantidades de pelo, como o tórax e pernas de homens, pois facilita a aplicação. Existem também opções específicas para proteger os cabelos e couro cabeludo”, detalha a médica.
Pó
Novamente, a praticidade é o grande benefício do protetor solar em pó, que é especialmente interessante quando há a necessidade de reaplicar o fotoprotetor por cima da maquiagem sem estragá-la. “O problema é que é muito difícil atingir a proteção adequada com os protetores solares em pó, pois, na grande maioria dos casos, são utilizadas quantidades insuficientes do produto, para não deixar a pele com um aspecto pesado, e a cobertura não é uniforme”, alerta a médica, que recomenda que o protetor solar em pó seja sempre utilizado em combinação com as versões líquidas ou cremosas para selar a pele.
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Hidratante com FPS
Primeiro, é importante entender que existe uma diferença entre hidratantes com filtro solar e fotoprotetores com ação hidratante. “Um produto denominado como protetor solar, necessariamente, precisa ter registro na Agência Nacional dde Vigilancia Sanitária (Anvisa) para esse fim e passar por testes de qualidade que comprovem sua capacidade de proteger a pele contra a radiação ultravioleta. A hidratação é um benefício adicional. Já os hidratantes com FPS tem como principal função hidratar a pele, então a proteção solar é apenas um benefício adicional e, muitas vezes, não são testados para esse fim. Além disso, oferecem apenas proteção contra a radiação UVB, indicada pelo FPS, mas não contra a radiação UVA, que, nos protetores solares, é indicada pela sigla PPD ou FP-UVA”, afirma a dermatologista, que diz ainda que o hidratante tende a ser aplicado em quantidades menores que o protetor solar, o que diminui a eficácia da proteção. “Então, o hidratante com FPS não substitui o protetor solar, mas pode ser usado como um complemento durante a rotina skincare.”
Base com FPS
Outro produto muito popular é a base com FPS, que, assim como o pó e o hidratante, oferece praticidade, mas não protege a pele de maneira adequada, pois é aplicada em quantidade insuficiente e combate apenas a radiação UVB. “Para quem gosta da praticidade das bases com FPS, recomendo investir em um protetor solar com cor, que, além de cobrir imperfeições, oferece proteção solar física e química de amplo espectro, atuando contra os danos da radiação UVA, UVB, infravermelho e também da luz visível”, completa Ana Maria Pellegrini.