Para a psicóloga Neide Magalhães, amar é fundamental e mantém as pessoas vivas -  (crédito: Freepik)

Para a psicóloga Neide Magalhães, amar é fundamental e mantém as pessoas vivas

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Já dizia o ditado popular: “gente feliz não enche o saco”. Mas será que, quando se trata do coração, é possível recomeçar uma vida amorosa na terceira idade? A psicóloga Neide Magalhães, de 79 anos, acredita que sim, no entanto faz ressalvas. “Acredito que você pode encontrar um amor na velhice, só que isso depende de como foi a sua trajetória com esse sentimento durante a vida. Você também precisa estar disponível para vivê-lo”, comenta a especialista, que lança o livro O fascínio da longevidade.

No Brasil, cada vez mais idosos estão em busca de relacionamentos através de sites e aplicativos. O Coroa Metade, voltado especificamente para esse público, conta com cerca de 800 mil usuários cadastrados e mais de 250 mil ativos e, em dez anos, foi o ponto de partida para mais de 100 casamentos. No Inner Circle, outra plataforma para quem quer encontrar um par, aproximadamente 6 mil pessoas a partir dos 60 anos estão online. Já no Happn, usuários dessa faixa etária trocaram mais de 4 milhões de likes no último ano.

Viúva, a psicóloga defende a ideia de que amar é fundamental e mantém as pessoas vivas. “O amor pode vir de diferentes formas, já que tem várias facetas. Ser desejada e flertar é uma forma de se sentir ativa na terceira idade. Tudo o que a gente precisa é de um amor”, acredita Neide, que foi uma das fundadoras do curso de psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Do ponto de vista fisiológico, namorar estimula os hormônios do prazer e da felicidade, como a ocitocina e serotonina, essenciais no combate ao estresse e depressão – que costuma ser mais evidente com o processo de envelhecimento.

Ouvir frases como "você está velho demais para isso" ou "lugar de velho é em casa" podem ser alguns dos obstáculos quando se busca um relacionamento, principalmente para pessoas que já são viúvas (os). De acordo com um relatório elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada duas pessoas no mundo já apresentou ações discriminatórias que pioram a saúde física e mental dos idosos.

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Quando questionada sobre o tema, Neide é categórica ao enfatizar que, para ela, etarismo não existe. “Eu sempre fui fora do meu tempo e acreditei que temos que ser livres, responsáveis por nós mesmos. Não temos que ter preconceito, ideias formadas sobre alguma coisa. Temos que ser nossa melhor versão sempre e viver cada fase com intensidade. Vamos viver a velhice, ela é linda e libertadora. Envelhecer é ter gratidão pela vida."