Um estudo publicado pela revista BMJ Oncology estima que a incidência global de tumores entre aqueles com menos de 50 anos de idade aumentou 79% nas últimas três décadas. O aumento é alarmante e evidencia a importância de se cuidar da saúde e da alimentação independente da faixa etária.



Emanuelle Guedes, oncologista do Cetus Oncologia, explica que os principais fatores que contribuem para o aumento de câncer dessa população estão relacionados ao estilo de vida. “A obesidade, o consumo de álcool e cigarro, sedentarismo, consumo excessivo de antibióticos, fatores reprodutivos como a menarca precoce e aumento da idade para ter o primeiro filho, podem ser alguns dos motivos para esse aumento”, destaca.

De acordo com a oncologista, as razões para esse aumento de casos em pessoas mais jovens não estão completamente claras, porém, o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas e açúcares pode contribuir para que haja alteração na composição do microbioma humano, aumentando a exposição a agentes cancerígenos e propiciando a formação de tumores malignos.

Dentre os tipos de câncer que vêm se tornando mais comuns nessa faixa etária, ela ressalta o câncer de mama, o de pulmão, o de intestino e o de estômago. “A apresentação inicial desses cânceres costuma ser semelhante à da população mais velha, mas com importante impacto de mortalidade na população mais jovem, por um problema que poderia ser evitado ou diagnosticado precocemente”, explica.

A médica afirma que um dos principais desafios nessas situações está relacionado à procura de um profissional por parte do paciente, uma vez que os pacientes mais jovens demoram a procurar um médico pois pensam que essas doenças mais graves não costumam acometê-los, e às vezes, chegam a até ignoram alguns sinais.

Emanuelle finaliza enfatizando a importância da prevenção e conscientização em qualquer faixa etária. “Os exames que auxiliam no rastreio e diagnóstico precoce estão cada vez mais avançados e com melhores precisões. É preciso difundir a informação do aumento da incidência nas populações mais jovens para conscientizá-los a buscar auxílio médico sempre que algo não estiver bem”, conclui a profissional

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