A pele precisa de cuidados o ano inteiro. Mas é necessário adequá-los a cada estação. Isso ocorre com os hábitos de vida – e também o skincare. “Quando bem orientado, o skincare pode contar com formulação específica que pode melhorar tanto os aspectos externos da pele, como também proteger sua saúde, textura e integridade, proporcionando hidratação, nutrição e fotoproteção”, explica a dermatologista Mônica Aribi, sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e International Fellow da Academia Americana de Dermatologia.



Abaixo, especialistas contam quais são os principais erros que podem danificar a pele no verão – e como fugir deles:

1. Não repassar protetor solar: Todo mundo que precisa proteger a pele da radiação ultravioleta no verão (na verdade o ano todo), mas reaplicar o protetor é tão importante quando aplicá-lo. “O fotoenvelhecimento induzido pela radiação inclui flacidez, além de, a longo prazo, poder causar câncer de pele. É fundamental usar e reaplicar o protetor solar ao longo do dia”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff. O protetor é ainda mais importante para quem tem melasma, uma doença crônica de pele caracterizada pelo aparecimento de manchas escuras no rosto.

“Caso seu filtro solar não tenha proteção antioxidante, será necessário formular um produto com alistin, OTZ 10 e pro shield MDC na fórmula. A ação desses ativos é somada à do protetor solar. Alistin, além de proteger o DNA e as proteínas da pele, possui ação de proteção contra os malefícios do excesso de açúcar na pele (glicação); OTZ 10 neutraliza os subprodutos tóxicos gerados pela radiação UVA e pelo calor (que também piora o melasma). Pro Shield MDC tem ação protetora natural contra a poluição digital. A radiação azul, originada da poluição digital, promove danos à pele contribuindo para o envelhecimento precoce e o desenvolvimento de rugas e melasma”, explica Patrícia França, farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos.

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2. Esquecer dos hidratantes e cremes reparadores: Mesmo que a pele fique mais oleosa no verão, o uso de hidratantes ainda é indicado. Quanto mais íntegra estiver a pele, melhor ela se defende dos agressores ambientais. “Um dos maiores mitos sobre a hidratação da pele é que a pele oleosa não precisa ser hidratada, ou até mesmo que não pode ser hidratada, pelo receio de que o hábito cause espinhas e cravos. Oleosidade é diferente de hidratação: enquanto o primeiro se refere ao excesso de sebo, o segundo trata da quantidade de água na pele. Além disso, diferentes tratamentos para acne e pele oleosa ressecam muito a pele, havendo ainda mais a necessidade de hidratá-la. Pacientes com pele oleosa também sofrem com ressecamento e devem hidratar a pele”, alerta a médica Mônica Aribi.

No verão, também perdemos mais sais mineiras com o suor e a ausência deles também pode deixar a pele desidratada, segundo a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gerente técnica da Biotec Dermocosméticos. “O uso de hidratantes que reponham sais minerais também é necessário. É o caso do ativo francês oligomix. Trata-se da associação de oligoelementos de sais minerais (cobre, zinco, magnésio e manganês). Esses elementos associados em um único ativo possuem ação contra o estresse e fadiga da pele, ao mesmo tempo em que protege contra os radicais livres e inflamação. Por isso, quando inserido em cremes como hidratantes, anti-idade, antiacne, limpeza facial, dentre outros, o oligomix pode devolver à pele os componentes perdidos”, explica a farmacêutica. Outro mineral que tem feito sucesso é o carvão ativado, usado para o controle da oleosidade em diversos produtos, como na máscara facial black, da RedNek. Essa máscara é ideal para o verão, pois o mineral é responsável por absorver a oleosidade, eliminar as células mortas e outras impurezas, promovendo limpeza profunda da pele (garantindo brilho e maciez).

3. Uso de ácidos sem orientação: Os ingredientes mais efetivos nos dermocosméticos são os ácidos, que atuam como coringa, tratando de acne a rugas, de manchas a flacidez. Mas com a chegada do verão, é hora de dizer adeus ou diminuir consideravelmente o uso deles (ácido retinoico principalmente), porque eles são fotossensíveis – e isso significa que podem manchar ou irritar a pele na presença do sol ou calor. “Eles promovem renovação celular, uniformização da tonalidade e melhora da textura. Como causam fotossensibilidade da pele, seu uso deve ser orientado por médicos para saber qual a concentração do ativo e frequência ideais para a sua pele”, diz Mônica.

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Para renovar a pele no verão, vale investir em esfoliantes não abrasivos, como o esfoliante facial, uma vez que o produto é capaz de remover impurezas e células mortas da pele, desobstruindo os poros e ajudando na renovação celular. Outra estratégia é apostar na hidrodermoabrasão do HydraFacial, uma experiência única e completamente personalizável, capaz de conferir a melhor pele da sua vida. “Promove melhora instantânea da qualidade da pele, auxiliando na uniformização do tom e da textura e no aumento da firmeza, viço, maciez e brilho da pele graças à patenteada tecnologia vortex-fusion presente nas ponteiras, que tem um design espiral exclusivo capaz de gerar um efeito de vórtice que, combinado a tecnologia de sucção a vácuo do equipamento, consegue expelir e remover facilmente as impurezas da pele enquanto fornece soluções hidratantes”, explica a dermatologista Mônica Aribi. Embora use ácidos renovadores da pele, seu sistema exclusivo permite entregar soluções hidratantes, dessa forma o procedimento é ideal também para o verão e pode ser feito até mesmo em peles sensíveis.

4. Beber pouca água e ingerir muito álcool: Com o suor, nossa necessidade de ingestão hídrica aumenta. “Devemos manter a hidratação hídrica de pelo menos 2 litros de água por dia. Se o nosso organismo fica desidratado, retira água da periferia (até mesmo da pele) para compensar”, diz Paola. E cuidado com o excesso da cervejinha: o excesso de bebidas alcoólicas é perigoso e leva à desidratação do organismo como um todo. “O resultado é uma pele desidratada e sem viço. Além disso, o excesso de álcool leva a um processo inflamatório na pele com a possibilidade de envelhecimento precoce (surgimento de rugas, flacidez e diminuição do colágeno)”, completa Paola.

5. Alimentação desregulada e pausa nas proteínas: É comum que o calor provoque uma indisposição e certo enjoo para se alimentar, principalmente com refeições sólidas. As frutas da estação são boas para manter a pele bem nutrida com antioxidantes, mas as proteínas também devem estar presentes e fracionadas durante o dia. “Não adianta gastar fortunas em tratamentos estéticos com bioestímulo de colágeno, lasers, peelings etc. se não há tijolos disponíveis para a fabricação de colágeno na pele, se os nutrientes necessários (aminoácidos) não são ofertados. Uma conta simples é que precisamos de 1 a 1,5g de proteínas por Kg de peso por dia para manter a necessidade diária sem prejuízo de nenhuma função. Se existe um preparo físico para hipertrofia muscular essa recomendação pode chegar a 2,5g por kg de peso por dia”, explica a cirurgiã plástica Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.

A médica explica que 70% de nossa pele é composta por proteínas. “A pele nos protege de perda de água, agressões diárias, controle de temperatura, e é uma barreira entre nosso corpo e o ambiente em que vivemos. A queratina compõe a epiderme que deixa nossa pele resistente a agressões; a sola dos pés ou das mãos têm uma camada espessa que nos permite pisar e segurar objetos sem machucar. O colágeno e elastina dão elasticidade, conseguimos dobrar e esticar os braços sem que a pele se rompa, sorrimos e temos expressões faciais contraindo músculos que enrugam e relaxam e pele que os cobre e assim nos comunicamos”, diz Beatriz.

Mas para conseguir “bater a meta” da proteína diária não é fácil. “Por exemplo, uma pessoa com 70kg que faz atividade física de moderada intensidade, precisa de cerca de 100g de proteína por dia. Um bife bovino de 100g tem cerca de 30g de proteínas, um ovo apenas 6g. E ingerir a quantidade recomendada de proteínas fica ainda mais difícil quando sabemos que conseguimos absorver apenas 30g de uma vez, e que com a idade diminui a capacidade de absorvermos proteínas”, diz Beatriz. Portanto, nada de ficar longos períodos sem comer. “Busque ajuda profissional sempre”, alerta a médica.

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