A superdotação refere-se a indivíduos com desempenho intelectual, criatividade e habilidades acima da média. E ainda que o tema esteja repercutindo em programas, livros entre outros produtos, existem muitos mitos sobre as altas habilidades, como afirma Fabiano de Abreu Agrela, pós PhD em neurociências, especialista em genômica e em inteligência, membro da Royal Society of Biology no Reino Unido. 


“A superdotação se tornou um tema ‘viral’, o que por um lado ajuda a disseminar conhecimento sobre o tema, mas por outro também espalha muita desinformação, por exemplo, sempre surgem ‘especialistas’ para falar sobre o tema mesmo que não tenha realmente um conhecimento profundo, o que contribui para distorcer detalhes sobre a condição”, explica.




O que é a superdotação?

De acordo com Fabiano, a superdotação possui diversos fatores de influência que geram as altas habilidades. “ São pessoas que se destacam pela capacidade de pensar, raciocinar e julgar. Pessoas superdotadas apresentam interesses diversos e profundos em determinados assuntos e temas. Pessoas superdotadas tem comportamentos comuns”.  

"A superdotação é definida como uma habilidade intelectual ligada a uma pontuação de QI de 130 ou mais no desvio padrão 15, pontuação essa definida por estudos científicos assim como foram definidas a média como 100 e o desvio padrão fixado como 15 neste caso, chegando ao máximo de 160 pontos. No entanto, nem todas as pessoas superdotadas se destacam em uma área acadêmica. Os sinais de uma pessoa superdotada também incluem uma alta capacidade artística, musical e/ou de liderança em relação aos colegas da mesma idade." 


“A superdotação sofre influência de diversos fatores, mas tem uma forte relação com a genética e pode ser comprovada a partir de testes de QI supervisionados ou teste genético de inteligência, este último é infalível e livre de dúvidas, será o mecanismo mais utilizado em breve”, afirma. 


Mitos mais comuns sobre a superdotação


1. Todo superdotado é autista:

“Pode haver, em alguns casos, a presença da superdotação e do autismo, mas isso está longe de ser a regra. A divulgação de uma minoria que possui as duas condições pode gerar uma noção distorcida de que isso é a regra. Até porque no diagnóstico de autismo, geralmente há a testagem de QI, logo, a maioria mede o quoficiente de inteligência”, ressalta Fabiano. 

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2. Todo superdotado tem algum transtorno?

“Estudos replicados trazem provas sólidas de que os indivíduos altamente inteligentes não têm mais perturbações de saúde mental do que a população média. Inclusive, a inteligência surge como um fator de proteção para transtornos mentais. Isso quer dizer que existem pessoas superdotadas com transtornos, sim, mas não seria uma maioria”, afirma.


3. Superdotação é um espectro?

“Essa distorção tem sido muito espalhada atualmente, pois o termo ‘espectro’, apesar de poder ser aplicado em diversos contextos, acaba transmitindo a ideia errada de que a superdotação é um transtorno, assim como outros termos como AHSD ou dupla excepcionalidade, que induzem uma associação errada entre a superdotação e transtornos”, ressalta. 

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