A obesidade feminina tem se tornado uma preocupação crescente de saúde pública, já que 62,6% das mulheres brasileiras estão obesas ou com excesso de peso, segundo os últimos dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).



Ainda, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é um dos problemas de saúde mais graves hoje em dia. Projeções indicam que, até o ano de 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos globalmente estarão enfrentando excesso de peso, enquanto 700 milhões desses indivíduos serão diagnosticados como obesos.

Ao considerar a doença e seus riscos pré-gravidez, a ginecologista Silvia Joly, médica associada à Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), comenta: “A obesidade diminui a fertilidade da mulher, especialmente na qualidade dos óvulos. Mesmo as obesas sem alteração de ciclo menstrual de ovulação também têm uma redução na vida fértil”.

Leia: Alimentação de mulheres gestantes pode influenciar obesidade nos filhos

A busca pelo sonho da concepção muitas vezes envolve cuidados prévios, como a adoção de hábitos de vida saudáveis e a atenção a fatores de risco. O excesso de peso pode afetar negativamente a resposta ovariana também aos tratamentos de reprodução assistida.

“O principal risco que a obesidade traz durante a gravidez é a falha de preparação do endométrio para receber o embrião”, diz a ginecologista. “A placenta, que também acaba apresentando falhas, aumenta o risco de aborto, parto prematuro, hipertensão gestacional, diabete gestacional, entre outros”, complementa Silvia.

Dificuldades na hora do ultrassom 

A médica ainda afirma que uma das dificuldades é também na hora do ultrassom. Devido a uma parede abdominal mais espessa, há uma dificuldade na visualização dos órgãos fetais.

Leia: Obesidade durante a gravidez é fator de risco para o coração a longo prazo 

“Segundo um estudo norte-americano, 51% das mulheres americanas estão com sobrepeso ou obesas quando engravidam. Isso é um problema urgente, já que além de problemas na gestação, mulheres com essas características podem estar mais propícias a ter câncer ginecológico, diabetes tipo II, hipertensão arterial, artrose, refluxo gástrico, apneia do sono e cálculos na vesícula biliar”, destaca Silvia Joly.

compartilhe