A escarlatina é uma doença infecciosa e contagiosa que costuma ocorrer em crianças menores de 10 anos e tem a dor de garganta como sintoma mais clássico. Dados oficiais apontam que no Brasil e em vários outros países houve aumento significativo no número de ocorrências em 2023. De acordo com a médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especializada em patologias, Cristiane Adami, pais e mães precisam redobrar a atenção com a criançada nesse momento.
"Especialmente na faixa etária entre 5 e 15 anos, é importante ter atenção a certos aspectos, como dor ao engolir, presença de pus na garganta, aumento dos gânglios nessa região, febre e desconforto. Esses podem ser indicativos iniciais de infecção por estreptococos beta-hemolítico do grupo A, que é o agente causador da escarlatina. Em princípio, esse tipo de doença se caracteriza justamente pela inflamação da faringe e amígdala", orienta.
Quando em estágio mais avançado, a médica explica que o quadro clínico da doença também se notabiliza por alterações na pele, com aparecimento de manchas de tom rosado e textura de lixa, além de mudança no tom da cor da língua, que fica mais avermelhada e com as papilas ampliadas.
"O ideal é que os pais se antecipem a isso, tendo em vista que a infecção por estreptococos tem potencial de danos bem maiores quando não tratada, inclusive levando pacientes a óbito. É um tipo de bactéria bastante nociva e que está presente em qualquer ambiente", observa a especialista, que reforça a importância da avaliação clínica tão logo os sintomas sejam identificados.
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"Geralmente, de início, os pais ignoram as queixas das crianças por pensar se tratar de algo comum, que pode ser facilmente tratado em casa. Só depois que o caso evolui é que procuram ajuda profissional", reitera.
Diferencial importante
Um diferencial importante que, segundo Cristiane, é válido os pais observarem, é se há presença coriza, tosse e congestão nasal, associada à dor de garganta. Caso afirmativo, essas características, em tese, afastam a possibilidade de diagnóstico de escarlatina.
"Trata-se de um bom sinal, pois, geralmente, os estreptococos ficam restritos à garganta e não apresentam reações típicas de resfriado. É uma infecção mais associada à dor de garganta, aumento dos gânglios, febre, desconforto grande, dor no corpo e cabeça”, enfatiza a especialista.
A recomendação é investigar o quanto antes, principalmente quando hé aumento no número de casos. "O ideal é não postergar o encaminhamento ao médico. Até porque, se confirmada a infecção por estreptococos, é necessário iniciar de imediato tratamento à base de antibióticos, o que só pode ser feito por meio de prescrição médica", ressalta.