Distúrbio inflamatório do trato gastrointestinal, a Doença de Crohn ganhou evidência na última semana após o apresentador Evaristo Costa, de 47 anos, ficar internado para tratar complicações decorrentes do problema. A patologia causa inúmeros sintomas. “Diarreia intensa, presença de sangue nas fezes, dor abdominal, febre, perda de peso, desnutrição, lesões ao redor do ânus e outros, que podem afetar desde a boca até o ânus”, explica o coloproctologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), Luiz Bertoncello.
O problema merece atenção especial e o diagnóstico precoce é importante para evitar complicações. Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP) sobre tendências de doenças inflamatórias intestinais no Brasil, publicado pela revista The Lancet Regional Health Américas, a Doença de Crohn cresce 12% ao ano no Brasil, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste.
“É uma das mais frequentes alusivas à inflamação intestinal, ao lado da retocolite ulcerativa. Apesar de distintas, elas têm algumas semelhanças: são crônicas, de longa duração, têm recorrência (recaída) e períodos de bem-estar (remissões), geralmente afetam pessoas entre 10 e 40 anos de idade, mas também podem surgir em idosos. Ambas são relacionadas com a autoimunidade do paciente”, destaca o especialista.
Segundo Luiz Bertoncello, a doença tem causas complexas, que podem ter relação com imunidade, fatores ambientais, infecciosos e genéticos. “O diagnóstico envolve uma avaliação clínica e uma série de exames, como análises de sangue, fezes, colonoscopia e/ou endoscopia com biópsia, além de exames de imagem”.
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O tratamento varia conforme o estágio. “O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental para um tratamento eficaz. Por isso, consultar um especialista é crucial para prevenir complicações, como intervenções cirúrgicas, por exemplo. Com o acompanhamento adequado, é possível obter uma melhora significativa da qualidade de vida, uma vez que a doença não tem cura, mas pode ser controlada.”