Após a marca Stanley afirmar que o famoso copo térmico da empresa usa chumbo na produção, perguntas sobre o risco de intoxicação pelo material vieram à tona. Considerado um risco, a intoxicação por chumbo é a causa da morte de cerca de 1 milhão de pessoas por dia no planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em relatório publicado no ano passado.
No caso dos copos Stanley, a empresa responsável pelos produtos garantiu que não há chumbo na superfície dos copos e garrafas térmicas. Segundo a companhia, a área que contém o metal é selada e "coberta com uma camada durável de aço inoxidável, tornando-a inacessível aos consumidores."
A intoxicação por chumbo ocorre quando há um recorrente contato com esse metal tóxico ao longo de meses ou anos. Segundo o nefrologista do Hospital Brasília Pedro Mendes Filho, esse contato geralmente ocorre de maneira acidental, por meio da ingestão inadequada de tintas e de água suja, em locais sem tratamento adequado.
"A ingestão de chumbo pode causar dor articular, dor abdominal, dor de cabeça, sonolência, disfunção renal, disfunção cardíaca e pode acometer o sistema nervoso central", elenca o profissional ao Correio. Conforme o Ministério da Saúde do Brasil, não há nível de exposição ao metal que seja isento de efeitos nocivos.
De acordo com o nefrologista Mendes Filho, em caso de suspeita de contaminação, o ideal é procurar ajuda médica. "De maneira geral, quando há suspeita de contaminação, o paciente deve ir à emergência, onde é verificado o nível de chumbo do sangue, a fim de saber se está em níveis tóxicos."
Caso a intoxicação se confirme, o material é retirado do organismo do paciente por meio de medicamentos que se ligam ao chumbo e fazem com que o metal passe para a urina. Especialistas do Grand Strand Medical Center, hospital da Carolina do Norte (Estados Unidos) afirmam, no entanto, que os remédios que eliminam metais pesados do organismo possuem atuação lenta e podem efeitos colaterais graves.