Com a chegada do Carnaval, a alegria e a festividade tomam conta das ruas, mas um alerta importante vem do campo da saúde ocular. Nesse período, o excesso de maquiagens, adereços e até o protetor solar próximo aos olhos costumam causar vermelhidão e ardor. O que nem todo mundo sabe é que esses itens ampliam as chances de conjuntivite tóxica.
Conforme explica o médico oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira, filiado às Academias Brasileira, Americana e Europeia de Oftalmologia, a conjuntivite tóxica acomete a córnea e a conjuntiva. “Alguns dos sintomas são vermelhidão, inchaço das pálpebras, lacrimejamento e, em alguns casos, ceratite (inflamação). Diferente da conjuntivite bacteriana, a conjuntivite tóxica não é contagiosa, pois é desencadeada por um agente químico”.
Estudo recente do Instituto Penido Burnier revelou dados alarmantes: dos 270 casos de conjuntivite registrados durante o verão, 20% foram diagnosticados como conjuntivite tóxica. Esses casos são frequentemente atribuídos ao contato acidental de produtos como protetor solar (46%), bronzeadores e cremes faciais (39%), e maquiagens, incluindo cola para cílios postiços (15%), com os olhos.
Essa forma de conjuntivite se distingue das causadas por vírus ou bactérias. “Ela é desencadeada pela exposição a substâncias químicas e não é contagiosa. Pode causar irritação ocular intensa, inchaço das pálpebras, vermelhidão, lacrimejamento e, em alguns casos, pode resultar em ceratite, uma inflamação da córnea”, relata Tiago César.
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O problema torna-se mais comum no carnaval devido ao uso excessivo de produtos cosméticos na região facial e ao suor, que pode transportar essas substâncias para os olhos. “É necessário atenção para a escolha e uso de protetores solares e maquiagens, dando preferência para os oftalmologicamente testados e próprios para uso na região dos olhos”. No caso dos protetores solares, ele pontua ainda as fórmulas em bastão, já que a textura e viscosidade evitam que escorra para os olhos.
Quanto aos adereços de carnaval, Tiago César recomenda verificar a embalagem e a procedência. “Escolha produtos seguros, testados dermatologicamente e oftalmologicamente. Para usar nos olhos, certifique-se de que são produtos próprios para isso e, em caso de dúvidas, não deixe de consultar seu oftalmologista de confiança”.