Pré-carnaval, carnaval e pós-carnaval. Em Belo Horizonte, a folia com bloquinhos de rua, festas e ensaios fechados parece não ter fim. Há muitas opções para aqueles que querem festejar, mas, atenção: toda essa folia favorece a circulação silenciosa de vírus que podem causar doenças, que usam a boca como uma porta de entrada. Uma das infecções mais comuns contraídas por esse contato é mononucleose infecciosa, também conhecida como Doença do Beijo.
“Mais de 90% da população adulta possui anticorpos contra o agente que provoca esta infecção. Isso significa que em algum momento da vida o indivíduo entrou em contato com esse vírus, mesmo que não tenha desenvolvido nenhum quadro clínico característico”, explica Melissa Valentini, infectologista do Hermes Pardini/Grupo Fleury.
Confira as dúvidas mais frequentes sobre a doença:
1. O que é a “doença do beijo”?
Esse é o nome popular antigo da mononucleose infecciosa - uma doença causada por um vírus que tem uma característica peculiar: depois que a pessoa teve essa infecção, nunca mais se livra completamente do vírus. Isso porque o vírus fica “morando” na garganta ou nas amígdalas do indivíduo que, periodicamente, o elimina na saliva. Caso você entre em contato com uma pessoa que o está expelindo, ainda que não esteja doente naquele momento, poderá contrair a infecção.
2. Quais são seus principais sintomas?
Adolescentes e adultos jovens, na faixa de 15 a 25 anos, costumam apresentar sintomas como febre, dor de garganta e aumento de linfonodos (popularmente conhecidos como gânglios ou ínguas). Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo, além de aumento do fígado e baço. Os sintomas podem durar de duas a três semanas.
3. Como é o tratamento?
Não existe um remédio específico para mononucleose, portanto, são tratados apenas os sintomas. É indicado o repouso, pois o indivíduo sente fadiga e indisposição. Em casos de aumento do baço, o descanso é ainda mais fundamental, pois em situações extremas ele pode se romper.
4. Há outras doenças relacionadas ao beijo?
Sim, é preciso ter atenção também ao herpes, causado por um vírus da mesma família do agente da mononucleose. O vírus Herpes Simplex tipo 1 também persiste por toda a vida, porém, apenas uma a cada cinco das pessoas infectadas apresentará lesões recorrentes. Embora a infecção não seja grave, as lesões são dolorosas e podem voltar a se manifestar inúmeras vezes e acometer outras regiões do corpo.
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Entre as infecções, além da mononucleose e do herpes, existem também as verrugas, chamadas popularmente de ‘crista de galo’, que ocorrem no ânus e nos genitais, mas, também, na boca. São causadas por diferentes tipos de papilomavírus humano, como o HPV.
5. É preciso ter cuidado ao compartilhar copos e talheres?
Sim, a propagação do vírus ocorre a partir da saliva, ou seja, também podemos contrair a doença por meio do compartilhamento de objetos pessoais, como talheres e copos. Também é possível ser infectado a partir da tosse de alguém que esteja bem próximo. De toda forma, a recomendação é a mesma: sentiu algum sintoma diferente, procure um médico.