Segundo a psicóloga, o introvertido não tem problemas em interagir em diversos ambientes, só que ele prefere curtir sua própria companhia
 -  (crédito: Freepik)

Segundo a psicóloga, o introvertido não tem problemas em interagir em diversos ambientes, só que ele prefere curtir sua própria companhia

crédito: Freepik

 

Na sociedade, a cobrança para que as pessoas sejam sempre alegres, extrovertidas e participativas pode fazer quem tem uma personalidade diferente sentir-se pressionado. Mas, tentar forçar um comportamento soa artificialidade e pode voltar contra si mesmo. Ao mesmo tempo, familiares e amigos encontram dificuldade de conviver com pessoas tímidas ou introvertidas.

 

A psicóloga Ana Beatriz Sahium, do centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica como distinguir essas duas características e dá dicas de convivência. “A grande diferença é que o tímido tem prazer em conviver com as outras pessoas, ele até deseja a interação. Só que o que comanda o tímido são pensamentos muito intrusivos: no momento da interação ele fica pensando no que as pessoas estão pensando dele. Já o introvertido, não tem problemas em interagir em diversos ambientes, só que ele prefere estar sozinho, curte sua própria companhia”. 

Leia: Timidez: 7 estratégias para ajudar crianças a se soltar

Essas personalidades podem trazer desconfortos para quem as tem. “O tímido é uma pessoa que, possivelmente, sempre vive com uma ansiedade mais elevada, um pensamento mais acelerado, e tem dificuldade em estar com pessoas que não conhece. Acaba até atrapalhando algumas habilidades e seus relacionamentos interpessoais", diz a psicóloga.

A introversão também acarreta consequências: "Quem convive com o introvertido pode achar que ele não faz questão das pessoas”, explica.

Como lidar

Para lidar com aqueles que têm essas características, a psicóloga orienta: “Com o tímido, é mais fácil. Basta promover uma certa segurança para essa pessoa, reforçar o quanto gosta de estar com ela. Com o introvertido, já é mais difícil. É preciso entender e respeitar como ele gosta de se relacionar, como não vai se sentir invadido”, alerta.

Leia: Timidez pode ser entrave na conquista do emprego

Ambas características podem ser atenuadas. "O primeiro passo é desejar a mudança, é assim que começa todo o processo de mudança. É quando se observa o quanto aquilo lhe traz malefícios, o quanto o atrapalha e buscar os meios de melhora”, afirma Ana Beatriz. “Em processos terapêuticos, o introvertido deve entender porque tem a necessidade de ficar sozinho; e o tímido precisa desenvolver a autoconfiança”.

Transtorno?

A psicóloga lembra ainda que, ao contrário do que muitos pensam, nenhum destes dois comportamentos estão, necessariamente, relacionados a algum transtorno. Contudo, Ana Beatriz Sahium ressalta que é importante observar as mudanças de comportamento em indivíduos que não têm este traço e começam a se portar assim: "Neste caso, é recomendável que investigue o que pode estar por trás disto”.