A chegada dos lasers nos consultórios dermatológicos representa uma revolução na especialidade, pois possibilitaram o tratamento de uma série de alterações estéticas que antes eram um verdadeiro desafio, assim ganhando rápida popularidade entre médicos e pacientes. Mas ainda hoje há certa confusão sobre o que exatamente são os lasers. “Laser é uma sigla para Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (amplificação da luz por emissão estimulada de radiação). Na dermatologia, são utilizados diversos tipos de laser, o que causa certa confusão no público leigo, que ainda tem dificuldade de perceber quando se trata do nome comercial de uma plataforma que reúne diversos tipos de lasers, como Fotona ou Spectra. Algumas pessoas ainda confundem os lasers com diferentes tecnologias, como se fossem todas iguais”, diz a dermatologista sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mônica Aribi.
Segundo a médica, uma das confusões mais comuns é entre o laser e a luz intensa pulsada que, apesar de terem finalidades em comum, como rejuvenescer a pele, combater vasinhos faciais e clarear manchas, possuem uma diferença importante: a especificidade. “A luz intensa atinge vários alvos, enquanto o laser atua em apenas um. Então, precisamos de um laser para tratar manchas, um para os vasinhos e outro para estimular colágeno e rejuvenescer a pele”, explica a médica. Mas isso não quer dizer que a luz pulsada seja melhor que o laser. “Por não ter um alvo único, a luz intensa pulsada não tem a mesma eficiência do laser. Para conseguir um resultado similar ao dos lasers, múltiplas sessões precisariam ser realizadas.”
Além dos resultados mais eficazes, os lasers também são preferidos pelos dermatologistas por não danificarem os tecidos ao redor do alvo. “Isso garante mais segurança, por exemplo, na depilação de pacientes com a pele bronzeada, pois os lasers para essa finalidade atingem somente o folículo piloso, então não têm o risco de causar manchas. Em contrapartida, a depilação com a luz pulsada tem maiores chances de manchar a pele, pois a tecnologia não atinge somente os folículos pilosos, mas também a pele ao redor”, ressalta a dermatologista.
Por isso, hoje, a luz intensa pulsada tem sido mais utilizada por clínicas não médicas, enquanto os dermatologistas têm investido em lasers específicos para cada situação. “Para formar colágeno, é necessário usar lasers que atingem a derme; para depilação, a tecnologia deve atuar sobre o folículo piloso; para tratamento de vasinhos, o alvo deve ser a hemoglobina; já para manchas, o laser deve focar a melanina”, detalha Mônica Aribi.
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Mas a luz intensa pulsada não é a única tecnologia confundida com o laser. Isso acontece também com a radiofrequência, por exemplo. “Esse procedimento é capaz de tratar flacidez da pele e gordura localizada ao promover aquecimento dessas camadas. Essa tecnologia é muito versátil, pois pode ser aplicada de maneira superficial ou mais interna. Atualmente, existem também aparelhos que usam essa tecnologia por meio de cânulas de lipoaspiração, com o paciente sedado”, diz a médica, que explica que outra tecnologia confundida com o laser é o jato de plasma, que promove sublimação da pele para causar uma retração, melhorando rugas e flacidez principalmente nas pálpebras. “O ultrassom microfocado, apesar de ser muito diferente, também é confundido com o laser. É semelhante aos aparelhos usados em exames de imagem, mas penetra na pele de forma cônica causando um dano nos tecidos que age como uma cicatriz interna que trará o benefício de lifting não cirúrgico”, pontua a especialista.
Existem tantas tecnologias e procedimentos estéticos disponíveis no mercado que é fácil confundi-las, dificultando a decisão sobre qual a melhor opção para cada caso. “O mais importante é que você procure um dermatologista de confiança que, após uma avaliação, poderá recomendar o melhor laser ou tecnologia para as suas características e necessidades”, recomenda Mônica Aribi.