Durante o carnaval, algumas pessoas misturam diversas bebidas, incluindo energéticos, para se manterem acordadas e com mais disposição. Mas está dinâmica de consumo durante a folia pode afetar o corpo - em especial, a saúde do coração. Entre os problemas mais graves que podem ser desencadeados está a arritmia cardíaca, uma condição que afeta milhões de pessoas no Brasil e que pode ter causas diversas, incluindo o consumo excessivo do energético com bebidas alcoólicas.

O cardiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, Alexsandro Fagundes, explica que a união entre um estimulante (energético) e um depressor (álcool) pode afetar o organismo de diversas maneiras, "pois as células cardíacas têm propriedades elétricas automáticas e excitatórias. Dessa maneira, substâncias que antes se reduziram podem ser potencializadas - aumentando a excitabilidade de células inapropriadas gerando arritmias".




Mas ele destaca: "Apesar de depressor do sistema nervoso central, o álcool em doses excessivas também promove aumento da pressão arterial e da excitabilidade de algumas células gerando taquiarritmias supraventriculares como a fibrilação atrial, por exemplo".

A arritmia cardíaca é uma condição que afeta cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). Caracterizada por um batimento cardíaco irregular, a condição pode ser assintomática ou apresentar sintomas como palpitações, falta de ar, tontura e desmaios. 


Os sintomas, inclusive, se assemelham ao de uma crise de ansiedade ou de pânico - o que pode gerar incerteza em pacientes que desconhecem sua predisposição para a doença cardíaca. "Frequentemente pacientes com arritmias cardíacas são confundidos com distúrbios de ansiedade e vice - versa. O consumo de substâncias propensas a aumentar a vulnerabilidade cardíaca assim como interferir no sistema nervoso central, como é o caso dos energéticos, pode exacerbar essas condições", esclarece Alexsandro.

Os riscos para os adultos já são evidentes e ainda são piores se o energético for consumido por crianças e adolescentes. "O uso de energéticos por crianças e adolescentes esteve associado a aumento na incidência de distúrbios psiquiátricos incluindo depressão e abuso de drogas ilícitas", alerta o cardiologista.

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Neste contexto, moderar o consumo de energéticos, bem como a mistura dele com bebidas alcoólicas, é o ideal para curtir o carnaval sem por o coração em risco. Por isso, Alexsandro dá dicas de como garantir uma rotina saudável e com energia neste carnaval.

  • Se for beber energético, evite consumir mais que uma dose por dia e não misturar com álcool
  • Hidrate-se
  • Uma boa noite de sono antes de sair
  • Seguir uma alimentação saudável
  • Respeite os limites do seu corpo

"A vigília provocada por substâncias excitatórias não é saudável e além de poder exacerbar problemas cardíacos não resolve o problema do cansaço e falta de sono", ressalta.

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie. 

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