No dia 10 é comemorado o Dia Mundial do Feijão, alimento que tem feito parte das refeições das famílias brasileiras antes mesmo dos portugueses aportarem no país e está entre os mais antigos do mundo. Atualmente, a leguminosa é um dos produtos agrícolas de maior relevância econômica e social no Brasil, que é o terceiro maior produtor mundial, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). 

O Feijão é “democrático” e seu consumo de norte a sul tem relação cultural. Em todo o país é possível encontrar diversos tipos de grãos que agradam todos os gostos e bolsos. Branco, carioca, fradinho, preto, vermelho, sua grande diversidade de cores, tamanhos e sabores oferecem benefícios nutricionais importantes para a saúde. Da feijoada, passando pelo feijão-tropeiro, baião de dois e até a dobradinha. A leguminosa é rica em vitaminas B e C, além de ser fonte de proteína, carboidratos e minerais, como o ferro.



“No Dia do Feijão queremos resgatar o valor desse grão que faz parte da nossa história. Queremos trazer um alerta também sobre como estamos alimentando nossas famílias, levantando a bandeira da importância de uma alimentação equilibrada. Além disso, queremos desmistificar mitos, como, por exemplo, que o feijão engorda, mostrando que existem inúmeros benefícios em seu consumo. Não podemos deixar que as novas gerações não conheçam a força que nosso feijão tem”, comenta Mauro Bortolanza, fundador e Diretor Presidente da Kicaldo, especialista em grãos há 25 anos no mercado.

Feijão e saúde

Dados trazem alertas importantes para a saúde do brasileiro: a obesidade pode atingir 41% dos brasileiros em 10 anos. Segundo o Atlas da Obesidade, em 2035 esse número no Brasil será bem maior que o estimado para a média mundial. Já de acordo com especialista da Unifesp, o excesso de peso e a obesidade vêm aumentando no mundo não apenas por causas individuais, mas sim, como causa populacional a partir de um conjunto de mudanças, especialmente no sistema alimentar que foram ocorrendo a partir da década de 70, além de mudanças da legislação, nas leis agrícolas, mudanças na legislação quanto ao marketing e ao processamento dos alimentos.

Outro ponto importante é que segundo o levantamento do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é esperado que em 2025 apenas 46,9% dos brasileiros irão consumir algum tipo de leguminosa regularmente. Essa substituição por opções menos saudáveis pode gerar impactos na saúde da população já que, segundo o mesmo levantamento, não consumir feijão, por exemplo, pode aumentar em 10% as chances de desenvolver excesso de peso e em 20% o risco de obesidade.

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O pediatra infectologista e Presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, explica mais sobre as vantagens do consumo do grão, principalmente entre as crianças. “O feijão é um alimento rico em diversos nutrientes importantes, não só para o crescimento e o desenvolvimento da criança, mas para a manutenção do equilíbrio imunológico intestinal. A presença dos aminoácidos, que como eu falei, auxiliam no crescimento das proteínas e também na produção de anticorpos, são complementados pelas fibras fundamentais para o funcionamento do intestino, além, é claro, dos sais minerais, do ferro, do cálcio, do cobre, do zinco e de algumas vitaminas, especialmente as do complexo B. Então essa combinação no feijão de vitaminas, o complexo B, cálcio, minerais, o ferro, a proteína, faz dele um alimento extremamente rico e oportuno já na introdução da alimentação complementar”.

 

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