As chuvas de verão trazem consigo uma explosão de casos de uma doença já conhecida entre os brasileiros: a dengue - doença que já atingiu mais de 600 mil pessoas em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Febre, dores de cabeça e no corpo, cansaço e mal-estar são alguns de seus sintomas, mas essas também costumam ser manifestações relatadas por quem contrai COVID-19 e H1N1, sendo importante identificar essas diferenças para a obtenção de um diagnóstico assertivo e também para buscar a correta vacinação.



Segundo a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, alguns sinais, como o modo de evolução dos sintomas, podem dar pistas sobre cada uma das enfermidades, porém apenas um exame de sangue pode confirmar o diagnóstico. “Em comum, todas essas doenças são causadas por vírus. No entanto, eles são distintos: a COVID-19 é provocada pelo vírus Sars-CoV-2, da família do coronavírus, a H1N1 é causada pelo vírus da família Influenza, já a Dengue é causada pelo Flavivírus”.

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Além do tipo de vírus há a diferença na forma de contágio, sendo que no caso da COVID-19 e H1N1, o modo de transmissão é por gotículas de secreções respiratórias de uma pessoa infectada, e a dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. “Identificar a forma de contágio é fundamental para o combate das doenças, que são sazonais, porém podem acometer as pessoas em qualquer época do ano. A COVID-19 e a H1N1, por serem transmitidas da mesma forma, podem contar com medidas protetivas iguais, como uso de máscara, higiene das mãos e evitar aglomerações. Já a Dengue exige cuidados específicos no combate ao mosquito”, explica Kátia. 

Sintomas de cada doença

A dengue é uma infecção viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, que também transmite outros vírus como chikungunya, febre amarela e Zika. “Existem quatro sorotipos do vírus, cada um com interações diferentes com os anticorpos humanos, o que significa que uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez. Seus sintomas são febre alta (sintoma clássico, que surge abruptamente no início da infecção), dor de cabeça, especialmente atrás dos olhos, dores musculares e articulares intensas, fadiga, náuseas e vômitos, erupção cutânea e, em alguns casos, sangramento de gengivas ou nariz, além de dor abdominal intensa. Sintomas respiratórios como coriza e tosse, que são comuns na Covid-19 e H1N1, são raros na dengue”, conta a especialista.

Kátia explica que identificar as diferenças de sintomas da COVID e da H1N1 pode ser algo mais desafiante, porém é importante notar que no caso da COVID, o período de incubação é mais longo, onde o organismo pode levar até cinco dias para manifestar os sintomas, enquanto a H1N1 o período de incubação é mais curto, resultando em um início rápido dos sintomas e uma progressão aguda do quadro. “Os sintomas da COVID-19 geralmente incluem febre alta, tosse seca, dificuldade respiratória, fadiga, dores musculares, perda de olfato e paladar, dor de garganta e, em alguns casos, diarréia. Já a H1N1 se manifesta com febre alta, tosse, dor de garganta, dores musculares, dor de cabeça, fadiga, calafrios, congestão nasal e, em algumas crianças, pode haver vômitos e diarreia”, conta. 

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Vacinas

Entender as diferenças entre as vacinas também é importante. Para isso, Kátia explica os detalhes e características de cada uma das vacinas:

Vacina contra H1N1 (Influenza A)

A vacina contra o vírus H1N1 é desenvolvida anualmente para combater a gripe sazonal, sendo composta por cepas do vírus da gripe previstas para circular na temporada de gripe em questão. “A vacinação contra a gripe, incluindo o H1N1, é recomendada anualmente para grupos de risco, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com condições médicas crônicas. Nesse caso, a rede pública oferece a vacina trivalente, que protege contra duas cepas da Influenza A e Influenza B, e a Efluelda, que potencializa ainda mais a proteção, pois conta com uma alta concentração de antígenos, sendo fundamental para a população de risco, com mais de 60 anos”, conta Kátia. A vacina ofertada na rede privada é a tetravalente, que protege contra quatro cepas da doença.

Vacina contra COVID-19

As vacinas contra a COVID-19 foram desenvolvidas rapidamente em resposta à pandemia causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, sendo desenvolvidas por diferentes fabricantes e utilizando diferentes tecnologias, como mRNA, vetor viral e proteína viral. “Essas vacinas foram submetidas a testes clínicos rigorosos para garantir a sua segurança e eficácia antes de serem autorizadas para uso emergencial ou aprovação regulatória. Hoje elas são as principais formas de controle contra a disseminação do vírus, atuando na prevenção de casos graves e na proteção da saúde pública”, explica a especialista.

Vacina contra Dengue

A vacina contra a dengue é uma vacina tetravalente que visa prevenir a infecção pelos quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Ela foi desenvolvida para proteger contra os diferentes sorotipos do vírus e reduzir a gravidade da doença em indivíduos infectados. “A vacina contra a dengue está disponível em alguns países endêmicos e é recomendada para pessoas que vivem ou viajam para áreas onde a dengue é prevalente, sendo que a eficácia e segurança da vacina podem variar de acordo com o histórico de infecção do indivíduo e a prevalência dos diferentes sorotipos do vírus na região. A vacina disponível na rede privada é a Qdenga, fabricada pela farmacêutica Takeda, que conta com nova tecnologia e pode ser aplicada em indivíduos que não tiveram contato com a doença”, destaca a enfermeira Kátia.

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