A exposição crônica a partículas finas de poluentes atmosféricos (PM2,5) pode aumentar, também, o risco de hospitalização de idosos por uma variedade de condições cardiovasculares, de acordo com um novo estudo liderado pela Escola T.H. Chande Saúde Pública em Harvard, nos Estados Unidos. "O momento do nosso estudo não poderia ser mais crítico e as suas implicações são profundas", disse o autor principal, Yaguang Wei, do Departamento de Saúde Ambiental.



Segundo Wei, as descobertas quantificam os benefícios da implementação de políticas de controle da poluição atmosférica mais rigorosas do que o padrão de 5 microgramas por metro cúbico estabelecido pela Organização Mundial de Saúde. O estudo foi publicado na revista The British Medical Journal ontem. Os pesquisadores examinaram os registros hospitalares e os níveis de exposição às PM2,5 de quase 60 milhões de beneficiários do Medicare, o seguro de saúde dos Estados Unidos, com 65 anos ou mais, entre 2000 e 2016. Com base em uma variedade de fontes de dados de poluição do ar, eles desenvolveram um mapa preditivo dos níveis das partículas em todo o mundo.


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Cada beneficiário foi acompanhado todos os anos até à sua primeira hospitalização por qualquer um dos sete subtipos principais de doença cardiovascular (DCV): doença cardíaca isquêmica, doença cerebrovascular, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia, arritmia e aneurismas da aorta torácica e abdominal. Os pesquisadores também analisaram o risco da primeira internação para um conjunto de subtipos de DCV.

O estudo descobriu que a exposição média de três anos ao PM2,5 foi associada ao aumento do risco de uma primeira internação hospitalar para todas as condições cardiovasculares, particularmente doença cardíaca isquêmica, doença cerebrovascular, insuficiência cardíaca e arritmia. Para mais de uma doença cardiovascular por paciente, a pesquisa mostrou que, quando a concentração crônica estava entre 7 e 8 g/m3, representativo do nível médio nacional norte-americano, a chance de internação por essa causa era de 3,04% anualmente.

Os resultados sugerem que, para proteger a saúde cardiovascular geral, não existe um limite seguro para a exposição crônica às PM2,5, afirmam os pesquisadores. Eles observaram, também, que os riscos para a saúde decorrentes desses poluentes permanecem substanciais durante, pelo menos, três anos e que afetam desproporcionalmente as pessoas com níveis educacionais mais baixos, acesso limitado a cuidados de saúde e que vivem em bairros socioeconomicamente desfavorecidos. "São urgentemente necessários esforços mais fortes para melhorar a qualidade do ar e, assim, aliviar o fardo das doenças cardiovasculares —uma das principais causas de morte e um grande contribuinte para os custos dos cuidados de saúde", disse o autor sênior, Joel Schwartz, professor de epidemiologia ambiental."

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